Capítulo 1 - Vapor & Arcanina

- Um bardo nunca sabe de onde vem, nem para onde vai - ele responde, fazendo um pequeno floreio. - Sou apenas uma brisa do leste que sopra por terras tão desafortunadas, com o intuito de trazer paz a estes corações - ele se aproxima calmamente. - Já a senhorita, tem um ar...uhm...naturalista, eu diria - ele sorri, olhando profundamente nos olhos da Druida (role Sentir Motivação, basta somar o valor da perícia a 1d20).
Teste de Carisma: Mestre das Engrenagens: 1D20+5 => 19
Teste de Sentir Motivação: Gwen: 1D20+6 => 13
- Receio estar atrapalhando alguma tarefa da senhorita com minha abordagem? Me desculpe...talvez eu possa...ajudá-la? - ele diz, e para Gwen, sua voz é doce. O rapaz era incrivelmente atraente aos seus olhos, e
sua gentileza, de alguma forma, tira algo de sincero de seu sorriso interpretado. Ela não sabia dizer porquê, mas aquele completo estranho parecia, com sua lábia, confiável.

Todd tosse com a citação de Audrey, notando a situação e tentando quebrar o gelo que se seguiria. Ele sorri, acenando para ela.
- Ah, finalmente vieram dar uma olhada no pássaro de metal? - Todd deixa o frasco sobre um suporte. Ele agarra a lona e puxa, revelando a nave de vocês..suja...quebrada...um caco de metais e vidros, o que corta o coração de Dakato e Audrey. A cheiro de óleo que enche as narinas de vocês, e uma poça do líquido grosso parece ter se formado embaixo da nave, escorrendo de uma perfuração. A chave, como era de se esperar, permanecia estática no contato.

"Um bardo".. Penso, analisando-o.

- É um grande observador... E sim, estava indo fazer uma coisa... - Paro um pouco pensativa, talvez ele realmente fosse de grande ajuda. - Não sei se devo confiar em você... mas saiba que se me ajudar, posso compensa-lo, caro bardo... Estaria interessado ?

Quando se puxa um pano, espera-se que algo lhe encha os olhos. Era o ato de impressionar que os teatros ou mágicos usavam. Até em Moulin usavam isso para as dançarinas burlescas!
Entretanto, aquele dia, eu senti decepção.
Ao ver o estado em que estava Epoch não sabia quem culpar mais: Eu, Dakato, Todd, a FASE ou Arsin inteira!
Foi uma raiva momentânea e por pouco não disse asneiras. Nessas horas, decidi que o melhor é ter um pouco de classe e deixar a bondade resolver o que não estava resolvido



- Oh sim, - pigarro - viemos consertá-la! Quem sabe ela não alçará vôo nos céus azuis como da primeira vez..! Mas antes, devo aprender a manuseá-la melhor, claro. Posso?

Me aproximo de Epoch, colocando a mão sobre a sua lataria, observando o vazamento e calculando por onde deveria começar. Essa era a parte mais divertida em que eu poderia encher o peito de orgulho e dizer que Audrey Eve é uma lady das engrenagens!
Ou pelo menos era o que ela (e Cornelius onde quer que estivesse) esperavam.

(refazendo a fala que meu celular trollou)

*dou dois pequenos cascudos na lataria e digo uma única palavra*

-Pixie???

- Em que poderia eu estar mais interessado que no sorriso de uma bela dama agradecida? - ele mantém o sorriso, tocando o lado esquerdo do peito com mão direita, inclinando levemente a cabeça em um meneio para Gwen. - Receio ter uma singela apresentação noturna marcada ara hoje, mas, até o momento em que a lua tocar o céu, sou todo seu, senhorita Dru-i-da - pisca.
Gwen percebe as ruas já bastante mais movimentadas, e julga que ainda tem cerca de 2 horas ou um pouco mais até precisar estar de volta na casa de Sanna. Ela tinha bastante tempo livre. Megan parece observar tudo com curiosidade e inocência, e parecia se divertir com os flertes do bardo (sem saber sequer que aquilo era um flerte, claro). Nilee ainda estava dormindo no quarto, preguiçosamente, como um gato.

Audrey percebe que a máquina está bastante prejudicada pela primeira (e última) viagem que tivera. Ela percebe que o vazamento vem diretamente de um tanque que armazena o óleo usado para lubrificar as engrenagens que compões o sistema hidráulico. Havia também um sistema pneumático ali, que claramente funcionava em conjunto com um sistema de explosão, através da queima de combustível e pressurização de ar quente. O sistema pneumático, por milagre, estava intacto... já os de explosão e hidráulicos... estavam bem estragados. Porém, com as ferramentas certas e o bom entendimento do funcionamento daquela orquestra da engenharia, Audrey tinha confiança de que poderia, sim, consertar.
- Acho que posso prover as ferramentas - diz Todd, entregando com um sorriso uma caixa de ferramente a Audy, depositando perto da garota. - Fiquem à vontade - ele joga um pano de oficina para Audrey.
Pelo entendimento de Audrey, alguma coisa estava faltando ali...cadê o combustível?
Dakato sente uma leve presença mágica vinda das engrenagens, mas ele deveria avaliar melhor para ter certeza sobre o que era aquilo (role um teste de Conhecimento Arcano e Dispositivos Mágicos).

Sorrio mais envergonhada pelo flerte, porem mantinha a pose de boa moça, ainda sim desconfiando de suas intenções.

- Bem... darei muitos sorrisos se puder me levar para este local. - Lhe entrego um pequeno papel rasgado, como um mapa improvisado de onde seria o tal "abrigo" ( Desculpe, Stein, não interpretei fazendo o mapinha, mas é só pra ganharmos tempo). - Preciso ir lá, o mais rápido possível...

- Hm, acho que sei consertar isso - digo, passando os olhos e anotando mentalmente o que estava inteiro e o que precisaria de meus cuidados.

Arregaço as mangas da camisa escura (Que sorte!) e coloco a caixa mais próxima de meu corpo. Com um pouco de jeito, coloco as mãos sobre as peças, analisando-as. Precisaria de mais metal para remendar o que estava estragado, visto que algumas partes haviam se perdido com a queda.
Então meus pensamentos se desviam por alguns instantes: "Mas... e o combustível??"
Jogo o pano por sobre os ombros e rotaciono levemente o corpo:

- Sr Todd, desculpe interrompê-lo, mas... e quanto ao... combustível?

- Combustível? - Todd coça a cabeça, pensativo. - Não faço ideia. Ah, me chame de Todd, só Todd, beleza? - ele sorri, apontando os fundos do galpão. - Tem metal e maçarico ali nos fundos, tivemos uma ótimo colheita com os escombros, haha.

- Fácil - responde o bardo, com um rápido olhar para o mapa. - Mas receio que não aja nada lá senão um...uhm...poço, senhorita. Tens certeza que é isso que procura? - ele pergunta.
Poço. Gwen se lembrava de Sanna ter dito algo exatamente assim na noite anterior.

- Um poço? Oh, sim, exatamente isso que procuro - sorrio tombando a cabeça levemente de lado. - Pode me levar até lá?

Capturou de soslaio, a coisa debaixo da lona. Assim que os dois responsáveis correram para avaliar o veículo, saberia que precisavam de um tempo para dizer qual era o problema. Só então ele poderia ser útil.
– Se precisarem de alguma coisa, estou aqui ao lado – Disse enquanto caminhava para os fundos. – Sanna, parece que não só nós dois entendemos que a ciência e a magia possuem ligação – Falava do rapaz que dirigiu a van, o que fez muito bem. Porém, demonstrava outros conhecimentos. – Por acaso, também tem dons? Qual é o seu nome?

Stein, rola os meus testes por favor.....


Retiro o robe, mantendo a calça

-vai realmente mecher com essa sujeira com única roupa boa que te restou?

- Façam bom uso - Todd joga para Audrey e Dakato dois jalecos brancos, possivelmente propriedades dele mesmo. Com a pergunta de Desmond, o rapaz se vira para responder. - Alquimista, Mecânico, Eletricista, Motorista, Aviador...pode chamar de Todd Pau-pra-toda-obra, é como meu conhecem por aqui hahaha!
Dakato avalia os mecanismos junto de Audrey, e agora percebe que a presença mágica que havia sentido estava em dois pontos. Um deles era do capô da nave, onde se encontrava uma esfera suja, imóvel... não era aquilo que havia ganhado vida com o Dínamo?
O outro ponto de magia vinha do motor. Dakato percebe que o líquido que vaza pela abertura não é só óleo, mas também um composyo azulado, que está presente também, em pouquíssima quantiada no tanque de combustível, que tambem está perfurado. Aquilo, ele suspeitava, era o que os tecnomagos conheciam como Diesel Azul, obtido pela extração de uma enorme arcanina azul, subterrânea, e tratado alquimicamente. Dakato conhecia o método de extração e tratamento de forma bastante rasa..o problema seria encontrar a pedra para a extração do óleo. A menos que ele pudesse tentar algo sintético, mas...ele precisaria pesquisar sobre aquilo.

- Isso levará bem mais de duas horas pra consertar, vamos precisar de diesel azul... Todd... Pode me passar aquela ampola? - coleto parte do material - pra isso aqui voar vou precisar de pelo menos "x" litros disso.

- Diesel Azul? - Todd fica surpreso ao ver a ampola cheia daquele líquido. - Rapaz...quem construiu essa coisa com certeza teve um trabalho absurdo... motor a diesel azul...isso é um achado. Acho wue tenho um livro de mecânica lá nos fundos, se precisar de referência - ele aponta uma estante aos fundos para Dakato, onde ele vê um libro grosso meio sujo de graxa.

- Seria um prazer, senhorita - afirma o bardo a Gwen. - Podemos ir agora mesmo se a senhorita desejar.

- me empenharei nessa pesquisa. Se conseguirem salvar as partes mecânicas seria de grande valia. *pego o livro e levo a um local reservado *

– Hahaha, certo. Então eu posso arranjar um canto para começar? – O assunto era trabalho, e todos tinham alguma coisa para fazer. Maquinava sobre seus afazeres. Abriu o livro de fórmulas. – Para agora, já sei que preciso de uns potes de vidro do tamanho daqueles usados para armazenar alimentos em conserva. Algo parecido por aqui? É para formar doses quatro vezes maiores. E para carregar, vou precisar de umas tiras de cintos com fivelas – Falava enquanto já andava na direção do laboratório deles.
Nos momentos em que agia como cientista, Desmond demonstrava ser totalmente seletivo. Como oficial de batalha, aprendeu a dar atenção a tudo que lhe cercava, entretanto, diante de suas fórmulas e ingredientes, perdia-se em cálculos e apontamentos. Lá estava, páginas abertas num lado, ajeitando recipientes de todos os tamanhos e formas, dispondo materiais pela direita.

Off: Stein, já posto o material que vou usar a o Ofício para produzir. E testes e valores de dificuldade.

Me sento num dos cantos da oficina, tiro Risco das costas e a uso como apoio na minha frente.

Observo todos empenhados em fazer aquela coisa voar novamente...isso me lembra aos testes da CINZA que cada criança passava para descobrir sua função.
Eu já estava quase marcado para ser samurai, provavelmente, mas eles queriam testar tudo.

Tentei consertar um motor uma vez. Acabei o fundindo. Depois disso nunca mais arrisquei mexer com equipamento desse tipo.

Mas os tempos mudam.

"Há algo que alguém que só sabe cortar coisas pode fazer? Acredito que não sou de muita utilidade aqui a não ser que queiram carregar equipamento de um lado pro outro" digo.

-Então vamos ..... - Fico ao seu lado e o sigo.

(stein. qual o conteúdo do livro? o que estou procurando exatamente?)

- Oh, obrigada, Todd! - visto o jaleco e ajeito os visores para proteger meus olhos - E, N, se puder me ajudar carregando os pedaços de metal para que eu tente remendar essa belezinha... me sentiria muito grata pela prestimosidade!

Vou até a cabine, pendurando meu corpo de modo que o tronco fica para dentro da cabine e as pernas ficam para fora. Abro uma pequena gaveta embaixo do painel, pegando o manual novamente para analisá-lo com calma dessa vez.
Deixo-o do meu lado, aberto em alguma página sobre os mecanismos.

Ajoelho apoiando uma das mãos no chão enquanto a outra tateia seguindo meus olhos que avaliam cada peça em busca do que e de que maneira precisava ser consertadas.

Teste de Engenharia:

Pego algumas pequenas peças sobressalentes e começo a trabalhar nelas. Uso um maçarico que havia encontrado ali e com auxílio de um martelo, desamasso os pedaços de Epoch que estavam caídos junto com o óleo que escorria.

Teste de Prestidigitação:

Tiro a camisa da Fase e estralo os braços, deixo Risco junto com a camisa, revelando incontáveis cicatrizes e marcas de combate.

"Quase poderia contar meus dias com cada cicatriz" penso, irônico.

Ajudo a carregar os pedaços de metal que Audrey pede.

"Essa coisa carregou vocês três naquele dia?"

Dakato inicia seus estudos com afinco, assumindo o espírito acadêmico que ele adquirira na Academia Arcana de Arsin. Logo, lendo numa velocidade surpreendente, ele descobre Ferro Celeste, mineral de onde é retirada Essência Azul, pode ser encontra facilmente em algumas regiões comerciais de Eliyn. Na natureza, essa pedra costuma ser muito visada e monopolizada quando encontrada, devido ao seu enorme valor na geração de energia para cidades inteiras. Aparentemente, o combustível que Epoch trazia seria capaz de gerar energia o suficiente para abastecer Arsin INTEIRA por aproximadamente uma hora. Se alguém vendia aquilo, deveria ser abusivamente caro.
"Jazidas subterrâneas geralmente se encontram em locais muito secos, desprovidos de qualquer luz solar. A luz, aliás, danifica a Essência Azul, apesar de não afetar o Ferro Celeste, que também é usado na confecção de armamentos e motores de combustão. Cavernas secas muito antigas podem conter um estoque valioso dessa essência, mas geralmente as pessoas que as encontram não possuem o método e nem o conhecimento correto de como realizar a extração, o que inutiliza todo o material. Alguns pesquisadores especulam sobre a existência de Ferro Celeste no subsolo de cidades antigas, em poços que não funcionam há muito tempo, já que o processo de geração da Essência Azul se deve a uma reação química onde o ferro celeste oxida, liberando um gás que, em contato com a superfície fria e seca, se solidifica, grudando no ferro como uma espécie de ferrugem. A presença da água oxida o ferro, a falta dela faz o vapor solidificar."

Audrey e N conseguem preparar todo o material necessário para o conserto. Dispondo de seus conhecimentos em engenharia e sua perícia com as ferramentas, Audrey consegue usar as chapas cortadas por N e seu maçarico para remendar o motor e as peças danificadas. Apesar de o material usado no motor não ser ferro comum (Audrey reconhece como um ferro raríssimo chamado Ferro Celeste), o remendo fica firme após diversas técnicas de solda utilizadas ali. A dupla também consegue concertar o sistema Hidráulico, fazendo com que os pistões e pressurizadores voltassem a se movimentar como deveriam. Juntos, eles tratam as engrenagens e os pistões com um óleo especial que Todd lhes fornece, e se sentem satisfeitos pelo trabalho bem feito. No fim da ópera, os sistemas de Explosão, Hidráulico e Pneumático estão prontos para uso.

Todo o processo do pessoal do laboratório leva cerca de duas horas. Vocês ainda dispões de cerca de mais uma hora livre.

Desmond consegue produzir suas poções utilizando de todo seu conhecimento alquímico. Era para aquilo que ele havia nascido, e ele sentia prazer em desempenhar sua arte. No fim, ele dispunha de diversos frascos de tamanhos diversos, com suas essências mágicas aprisionadas e prontas para serem usadas (pode produzir quantas poções você puder num único dia, basta postar em spoiler a lista das criações. Pode considerar que todo o material necessário foi fornecido pelo laboratório, já que este é um produto de diversos roubos dos estoques da FASE).

Gwen, Megan e Liriel atravessam a cidade, e Gwen se depara com a mesma cena que o outro grupo. Apesar da pobreza e fome, o infortúnio parece não ter tirado a alegria daqueles corações, e o povo caminhava para suas tarefas diárias, carregando carriolas de suprimentos, equipamentos de agricultura e suas marmitas. Eles sequer pareciam ter ideia do que poderia ocorrer com a cidade em poucas horas.
O grupo chega, finalmente, nas bordas de um enorme poço. Não há um mecanismo de extração de água, e Gwen pode notar que aquilo certamente estava abandonada havia anos. seguindo e avaliando o poço, a druida consegue perceber uma escada que parecia levar para o fundo do poço,  qual ela não conseguia ver o fim.
- Tia, que negócio enorme! - Megan se surpreende. - A gente vai entrar nisso?!
- A senhorita tem certeza que estava procurando por isso? - Esse lugar é conhecido como Poço dos Milagres, e os moradores dessa cidade acreditam que ele realiza desejos. Não há água no fundo, está seco há muitas décadas...talvez mais de um centenário. Conheço algumas canções sobre este poço, minha linda dama, e todas falam sobre fortuna e milagres divinos...mas uma conta que um jovem desceu uma vez até o fundo...e nunca mais voltou - ele diz aquilo de forma misteriosa, e Gwen nota que até naquilo sua voz demonstra um toque sedutor. - Se for de seu desejo, eu mesmo desceria até o fundo e enfrentaria o que fosse preciso para atender seus desejos - ele sorri, avaliando o poço.

Me esforço com a ajuda de N que me auxilia nas partes em que são necessárias mais força do que eu possuía.
Lembro de cada ensinamento de Cornellius e de meus livros com um sorriso no rosto. Aquilo me deixava feliz! Era como pegar um pássaro de asas quebradas e devolvê-lo a dádiva de voar... ou como criar algo que ajudaria aqueles que precisavam de ajuda.

No final da solda, coloco uma assinatura: um desenho de um gato com um laço gordo em sua cauda e um visor no topo da cabeça.

- Acho que conseguimos, N! - deixo meu semblante transparecer o sorriso de satisfação - Oh, sim, obrigada pelo auxílio! Ainda temos tempo para algo mais?

OFF: Dica, esse bardo é zica, confia nele não

Olho para o trabalho que fizemos. Pela primeira vez não havia usado minhas habilidades de corte para matar, mas para criar...

E isso gera uma sensação de satisfação muito boa. Talvez seja assim que inventores e engenheiros se sintam.

"Agora falta o combustível, certo?"

*pesquiso alguma forma de extração da essência azul*

- Estou quase achando o que precisamos. Tenho certeza que deve ter alguma jazida de ferro celeste embaixo dessa cidade. Mas ainda preciso encontrar alguma forma de extrair a essencia azul.