Capítulo 1 - Vapor & Arcanina

Eu me lembro, novamente, que havia estudado o idioma silvestre durante minhas leituras e, numa tentativa desesperada, me movo bruscamente e faço guinchos e sons, na tentativa de acalmá-los:

- Não estamos aqui para matá-los! Somos amigos e vamos protegê-los!

Teste de Carisma:

Uma de minhas mãos descansa na pistola, caso não dê certo.

"Audrey, se eles não te ouvirem...suba a escada, avise os outros para não descerem, eu e Dakato vamos distrai-los para a outra direção" digo, pressionando o cabo de Risco com força.

Não queria que Audrey se envolvesse no combate. Não sei bem o porquê.

"O fogo do disparo da sua arma vai confundi-los use isso pra sair daqui"

"O que foi? Por que não dão sinal nenhum?", preocupava-se. Metade do time estava lá embaixo, deveriam ter reportado qualquer um dos objetivos há certo tempo. Encontrar-se com Gwen, achar e recolher o minério para, enfim, abrigarem aquelas pessoas.
– Estão demorando, Thomas – alarmou-os. – Acham que eu deveria descer? Ou melhor, perguntar?
Aguardou sugestões.
"Mas por qual motivo aquela garota decidiu descer sozinha primeiro? O plano era só descer os civis", investigou sozinho. Lembrou das últimas pessoas que haviam falado com ela, algo perturbou-lhe as ideias. Abandonou o cimo da estrutura, percorreu as escadas de madeira e o chão de terra de volta a boca do poço.
– Megan... – pretendia perguntar para a menina, mas lembrou do rapaz com pinta de conquistador ao lado. – Não, diga você! O que deu na cabeça dela para descer sozinha? Ela disse que havia algo de errado?

Quando a voz de Audrey ecoa pela escuridão, o farfalhar de asas subitamente cessa. O que Dakato e N ouvem é um único guincho, alto e estridente, quase ensurdecedor...mas Audrey ouve muito mais que isso. E seu sangue congela nas veias pela sensação sombria que aquela voz lhe transmitia.
- Quem...é...você? - perguntam os olhos na imensidão negra, encarando o grupo sem revelar sua forma, as enormes órbitas vermelhas transmitindo uma aura aterrorizadora.
- Comida! Comida! - guinchavam os outros morcegos, e os guinchos se tornavam risos animalescos. - Vamoa comer! Vamos beber seu sangue! Comida! Comida!
- Silêncio! - guincha a voz estridente e todoa se calam. Audrey fixa seus olhos naquelas pupilas vermelhas, e sabe que elas esperam uma resposta.
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Gwen percebe a agitação de aranha gigante, e começa a ajudá-la na tarefa, afastando a estante carcomida. Então, oculto atrás do móvel, a druida encontra uma surpresa...havia um círculo místico desenhado na parede, com inscrições em uma língua que ela conhecia apenas pela metade. Ela consegue entender que a fórmula mágica faz referência a um guardião, um tesouro escondido e uma armadilha de onde era impossível sair.
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Do lado de fora, Desmond não ouve nada vindo do poço. Ao mirar pela amurada, ele nota que só há escuridão e silêncio vindo lá de baixo.
- Ela disse que precisava verificar o lugar e me pediu para reunir essas pessoas - responde Liriel, com simplicidade. - Sua amiga tem coragem e um coração bom. Ela me cativou com seu desejo de proteger essas pobres almas de um ataque iminente do exército... espero que ela esteja bem, já se passou mais de uma hora desde que ela desceu...
Desmond observa a altura do céu, e julga ter menos de 30 minutos até que o plano seja enfim posto em prática.
Então, uma explosão.
- A cidade está sendo atacada! - berrou um dos vigias, e bastou que Sanna olhasse Desmond de relance para que ele soubesse do fato. Algo havia dado errado.

- Me chamo Audrey e estamos aqui para nos proteger. Os verdadeiros inimigos estão vindo roubar tudo o que o povo acima do poço tem e isso pode afetar vocês. Eles não tem amor algum para com a natureza e vão querer matá-los e destruir sua morada. Meus amigos não possuem a fala de vocês mas compartilham do mesmo sentimento de união do bando para a sobrevivência. Ó seres do escuro, morcegos dos olhos penetrantes e sedentos por alimento, vos digo que os que tento proteger sentem tanta fome quanto vocês e vivem escondidos na sombra, longe do que os faz sobreviver. Não somos tão diferentes e, se escutarem meu humilde clamor poderemos nos unir pelo bem comum!

Havia usado toda a minha coragem para tentar inflamar os animais para que lutassem junto com aquele povo. Não havia mentido em comparar os morcegos com a Cidade das Pobres Almas. Estavam todos em um poço tentando sobreviver.

Aceno para Dakato, indicando que subisse caso o plano desse errado e dou um passo para trás.

Caso os morcegos não escutem as palavras de Audrey, olho para o túnel na direção contrária que havia andado e já preparo Risco para raspá-lo chão, atraindo toda a atenção deles.
Mas aguardo cuidadosamente o resultado das palavras dela.

N e Dakato não entendem nada que Audrey diz naquela linguagem estranha e selvagem. Mas os guinchos que enchem a caverna quase os ensurdece.

- Ninguém sai! Ninguém sai! Ninguém sai! - são os guinchos dos morcegos, que apenas Audrey compreende.
- Ninguém sai - diz a voz dos olhos maiores e mais cruéis. - Audorei não sabe onde está - ele produz um som como se respirasse profundamente -, mas ela já esteve nestas terras uma vez.
- Cheiro bom! Cheiro bom! Cheiro bom! - guincham os outros.
- Calem-se! - e eles se calam. - Estamos presos aqui, Humana Audodei - a voz diz a palavra humana como se a cuspisse -, nós e vocês.
- Abram! Abram! Abram!
- Abram. Quebrem a magia e meus filhos devorarão seus inimigos kishkishkishkihsh - a criatura ri, e todas as outras a acompanham.

Vindo da outra sala, vocês ouvem um barulho de arrastar, e Dakato sente uma presença arcana vinda dali.

- aparentemente o plano da furtividade foi abortado. Sinto energia mágica vindo da pra sala.

"Sorte...", lembrou de ter pronunciado algo semelhante há pouco tempo.
O semblante virado para o foco do estampido apresentava o quanto estava pasmo.
– Todo mundo, escondam-se – berrou para a turba. – Ajuntem-se nas casas envolta do escondedouro. Daremos o sinal para retornarem túnel adentro quando for seguro.
Agachou para Megan, pediu:
– Vá com eles, Megan – sugeriu para a pequena. Ergueu-se com impeto agarrando a gola do homem com um punho, ameaçou: – Pretendia ganhar o dia seduzindo uma moça, hã? Agora vai ter de cumprir a tal promessa de heroi, com esta menina. Vai!
Driblou e acelerou para subir novamente para o lado da irmã e de Thomas.
– Onde foi? Perto daqui?

Com um olhar de soslaio para Demond, Liriel toma a mão de Megan e começa a tentar convencer o povo a voltarem para suas casas.
- De jeito nenhum! - berrou um deles.
- Vamos lutar pelo que é nosso! - afirmou outro, enquanto o resto daquele povo pobre, fraco mas de coração inflamado erguia suas foices, arados, facões e enxadas com seus gritos de apoio.
Liriel ergue os ombros para Desmond com um sorriso de "viu só?".

- Esse pessoal não vai desistir agora que viram o que aconteceu - Sanna comenta, apontando uma das ruas. - Eles não conseguem ultrapassar os locais entupidos de entulho e estão explodindo tudo com algum tipo de bomba. Não creio que nossas resistências durem muito caso não ataquemos. - Ela olha para Thomas e Desmond. - Temos homens preparados para executarem a ordem de contra-ataque. Seus amigos PRECISAM sair daquele poço e colocar essa gente lá. Agora. Não quero perder essas pessoas, Desmond...essa cidade não vale nada sem elas. Precisamos atacar.

A sensação de ouvir a respiração profunda e o som cavernoso e estridente que faziam, alternando aquela montoeira de palavras me deixavam insegura.
Eles pareciam estar lá por obrigação... mas não entendia bem o porquê. Tudo o que eu pude fazer foi continuar, fechando os punhos. Ainda me lembro da sensação estranha que percorria meu peito, minha cabeça latejando de um dos lados pela responsabilidade. Eu queria encher aquele poço de pessoas. Queria aqueles morcegos do nosso lado!


- O que não podemos abrir, líder morcego que espreita nas sombras? Nos indique o que fazer para podermos salvar aquele povo! Garanto que não lhes faltará comida... desde que mantenham protegidos os nossos..!

Teste de Diplomacia:

Off 1: Desculpa
Off 2: Vamos morrer D:
Off 3: F****!

Off: não precisa do teste de diplomacia o/
On:

- Há um selo que impede a saída de qualquer um desta gruta - diz a voz, enquanto todos os outros morcegos se mantém calados, e Audrey sabe que ela se refere ao mesmo breu que fizera a escada aquecer, e possivelmente inutilizara a magia de Dakato, e momentaneamente os circuitos tecnomagicos de Pixie.. - Há uma maneira de quebrar esse selo. E ela está naquela sala.
-Não podemos entrar!
- Não devemos passar!
- Não conseguimos penetrar!
- Calem a boca! - e eles se calam. - A aranha é o guardião. Matem-na. Kishkishkishkishkish
- Vamos comer! - guinchavam os morcegos. - Vamos beber! Vamos engordar!
- Vamos no banquetear - afirma a voz do líder, como se bebesse cada palavra com um prazer sádico.

Uma coisa em especial intriga Audrey. Uma coisa que o morcego havia dito. Aquilo não era, em hipótese alguma, uma gruta.

- Não ouvirei mais nenhuma palavra humana, Audorei. Se não for o sangue de seus inimigos... - a voz guincha, e, para a surpresa de todos, ela termina dizendo na língua dos homens. - Eu beberei seu sangue e escravizarei sua alma. Audorei Eve
Então, um lampejo atravessa a mente de vocês. Aquilo não era um morcego.

O lampejo. As palavras. Aquilo era estranho, a situação estava fora de controle, estávamos sem tempo e aquela coisa...ela atacou Audrey?

Ergo a nodachi e literalmente me jogo na frente da pistoleira.

"O que foi isso, baixinha?" pergunto, pronto para nos defender.

Me aproximo de audrey e falo para ela - eu sei que nossas opções não são as melhores mas se isso implica em perder a vida dos companheiros não creio que seja válido, devemos ir com cautela.

Puxo audrey pela mão e me guiou o grupo até o local onde sentir a energia estranha procurando também por guinevere

Mas fui surpreendida pelo líder dos morcegos. Quando ele se pronunciou em nossa língua meu coração acelerou. Ele não era animal! Minha mente logo se voltou para demônios, seres negros da escuridão.
Para eles aquilo era uma gruta... E... como ele sabia meu segundo nome, afinal de contas?


Me arrepio, olhando para os lados, conferindo se Dakato estava bem enquanto N pulava na minha frente, tentando me proteger. "N...", penso, ficando um pouco mais tranquila com a presença dele ali perto.
Engulo rápido a saliva e volto a dizer:

- Você é o que, filho de Beleroth, cria da escuridão? E esse local é uma gruta?

Coloco a mão nas costas de N, fazendo com que ele soubesse que iria falar para ele e para Dakato. Viro o rosto para o oriental que havia me tornado amiga depois do incidente com a arcanina avermelhada:

- Eles não são simples morcegos... - falo muito baixo e um pouco apressada - e existe uma espécie de... guardiã desse lugar, segundo eles, uma aranha. Se a matarmos, creio que dissiparemos essa escuridão estranha e densa que nos circunda

"Peça a direção. Eu me lembro do mapa. Vamos correr, baixinha" digo, mantendo-me em posição de defesa.

"O tempo acabou pessoal" digo, já pressentindo que as coisas estão fugindo do controle lá encima.

- Eu lhe digo meu nome...Audorei...se me libertar. Kishkishkishkishkish - guincha a criatura, rindo em meio à escuridão, enquanto seus morcegos acompanham o coral macabro.

Quando o grupo adentra a sala, Dakato, N e Audrey se deparam com um enorme salão, recheado de estantes de livros velhos e carcomidos, infestados de teias de aranhas, traças e outros insetos. O cheiro ali é muito forte, lembrando enxofre. Há barris vazios, de madeira velha e apodrecida, livros castigados pelo tempo e pelas traças...e um ar úmido e nojento.
Ao fundo da sala...Gwen afasta uma estante com..uma aranha gigantesca azul?!
Vocês notam o brilho que emana do círculo místico ao fundo da parede, mas não conseguem identificar as formas nele inscritas. Gwen olha os desenhos fixamente, quando a aranha percebe a presença de você, assumindo um modo de ataque à frente de Gwen, em direção a vocês, as presas enormes, negras, pingando um líquido verde viscoso. As oito paras alongadas somando a bizarrice daquela criaturas aos oito olhos que lhes observava com fúria. Seu corpo era completamente azul, e dois ferrões se mostravam despontando do bulbo que era sua arte traseira.
Ela estava pronta para atacá-los.

Ergo a nodachi, mas não faço menção de atacar ainda.

O raciocínio lógico invade minha mente e me deu conta de que talvez estaríamos cometendo um erro se matasse o guardião.

"Audrey, aquelas coisas, não vão nos ajudar se as libertarmos" digo, sem tirar Risco da minha frente.

"Gwen! A aranha é sua amiga? Peça para ela parar, agora!" digo.

- se acalme samurai. se não matou a serva da natureza certamente está sob sua influencia.

(draconico) - Somos amigos dela. *digo, apontando para gwen*

Eles haviam falado mas eu estava com a arma apontada para a aranha, com o meu melhor braço, o esquerdo. Meus braços tremiam feito vara-verde. Todo o medo que eu havia guardado tinha sido liberado ali... tirar a vida de alguém era uma grande responsabilidade mesmo que fosse a vida de uma aranha gigante e azulada enraivecida vindo em sua direção.
Pensei em Megan e em seu sorriso ao acariciar o tigre de Gwen e aquilo me fez sentir arrependimento de ter apontado a pistola para o bicho:

- P-pare agora, aranha negra, - digo no idioma silvestre - n-não iremos atacar!

Dakato e N estavam tentando agir racionalmente mas eu sentia que aquela aranha não me daria ouvidos ou ficaria relutante.

"Droga, Audrey Eve, por quê você treme? Por que você está tão indecisa? Oh, Eli, me dê uma luz..!"

Estapeio a face de audrey e abaixo sua arma com a mão oposta.

- CONTROLE-SE MULHER!

- Não ataque! - ordena Gwen, e a aranha sai de sua posição agressiva. - É bom vê-los novamente...mas não tenho certeza se fico triste ou feliz por vocês terem entrado aqui.
Gwen se afasta para revelar o círculo de magia que ela estudava. Gravada na parede, a fórmula arcana mostrava uma série de alegorias que apenas Dakato, entre Ele, N e Audrey era capaz de compreender. Havia alí o símbolo do guardião, do tesouro e da armadilha. O conceito era místico, e Dakato é capaz de meditar sobre aquilo e compreender muito além da simples escrita, sorvendo o conhecimento armazenado naquelas runas arcanas, que formavam uma magia muito antiga conhecida como Resquício da Promessa, um registro físico de uma magia permanente. Como um selo.
Há cerca de duzentos anos, dois magos muito experientes visitaram o poço em busca de segredos perdidos. Alí, eles encontraram um tesouro inestimável,  e um deles lançou uma magia sobre o poço que prenderia todos aqueles que buscassem o tesouro. Para se libertar,  o intruso deveria  ser capaz de destruir o selo que encerrava o poço. Dakato descobre que, como os dois magos haviam ficado fascinados pelo tesouro, eles mesmos acabaram ficando presos dentro do poço. Um deles, o mago que não havia lançado a magia, culpava o outro por sua inconsequencia. Com o tempo, o ódio e o desejo cego dos magos pelo tesouro os transformou em inimigos. Com a batalha mágica que se seguiu, o magos tiveram seus corpos castigados pelas maldições que um havia lançado no outro, perdendo assim suas identidades humanas. Para quebrar o selo, o invocador deveria morrer.
Então, Dakato percebe o dilema em que se encontra. Todos eles haviam ficado presos no poço, buscando pela Essência Azul (só Gwen não ficou aprisionada, porque ela nunca entrou no poço com essa intenção, e também por isso que a escada nãose mostrou contra ela). O outro ponto era: quem era o mago que havia criado o selo...a aranha ou o morcego?

"Dakato, tradução" digo, embainhando a nodachi.

"Encontrou o...morcegão lá na entrada, Gwen?" pergunto a ela.

"Lutar!? Isso é loucura!", pensou o soldado sobre o clamor do povo. "Isso aí, vamos lutar!", imaginou a si, como criança, gritando entre eles; acompanhado dos irmãos. Piscou e viu todos mortos.
– Não! Ninguém mais morre! – Saltou a virada do corrimão, caindo nos degraus centrais. – Precisamos segurá-los. Sanna, libere o pessoal para revidar nesse ponto e faça uma chamada de rádio para o Dakato, apresse-os. Espero ver vocês chegarem voando. Thomas, vamos!
Novamente aquele cientista jogava-se no campo de batalha. Na verdade as circunstâncias o sugavam. Só que jamais recuou, partia na direção do perigo.
Contudo, temia. Sempre.

- gwen me diga uma coisa você conseguiu descobrir alguma coisa por aqui porque pela história que eu vi essa aranha e o mestre dosmorcegos era um dos magos antigos esse é meu de suarão amaldiçoar uma gruta e acabaram por se tornar a férias terríveis e o selo apenas será quebrado se um deles morrer avise o que estamos dispostos a matar o mestre dos morcegos.