O Chamado de Gaia

Fico feliz em saber que consegui um amigo além das obrigações, costumes e tradições garou.
A dúvida se torna cada vez menor e a decisão se torna clara em minha cabeça. O destino seria traçado por mim e somente por mim.

"Ralf compreender" digo, imitando o jeito rústico de falar de Scar.

Já me decidi.

Caern do Portão de Cristal - A Fogueira de Cristal:

Diante do sopro divino de Gaia e de sua rara manifestação em Avatar na terra, todos sentem o calor da fúria e da gnose subirem em seus corpos e alguns não conseguem conter os uivos ou os pensamentos distantes em seus destinos.

Abhaá acena para Fenella, a representante dos Fiannas. A Garou se levanta, com um casaco verde escuro e detalhes brancos e uma saia branca com detalhes verdes.

Ela começa:

- Irmãos e irmãs, como a prática de todo conclave, vamos ressaltar a Litânia para os mais velhos e apresentá-la aos mais novos. Nossas leis maiores em respeito à Gaia e aos nossos próximos.

As vozes dos Garous já iniciados saem em uníssono, recitando calmamente a Litânia:




A Garou Fianna encerra a reunião:

- Obrigada por essa primeira parte do Conclave. Espero que todos estejam cientes de suas tarefas à partir daqui. Representando os Fiannas, levanto o estandarte de nossa tribo e vamos virar lendas! Vamos até a morada do "Monstro do Lago Ness" em até 4 meses, onde está o Caern Profano do Ness, pertencente à Wyrm!

Ela levanta um totem de madeira adornado de pequenas pedrinhas avermelhadas e todos os demais aplaudem e encorajam a nova incursão.
Fenella, a Lábios-Envenenados, senta-se novamente.

Quem levanta agora é Jing-Quo, "Inquebrável", dos Portadores da Luz Interior, a tribo Branca e que há mais de cem anos não participava de nada junto com as outras doze tribos, se pronuncia:

- A 13ª tribo continua protegendo os meados da China, as fronteiras da Coréia e algumas áreas do Japão. Nos voltamos para as montanhas e antigos Feudos, hoje pequenas fazendas. Alguns de nós estão em contato com as metrópoles. Estamos nos voltando e aprendendo muitas coisas com a benção de Gaia no Oriente... Mas ainda não estamos prontos para uma empreitada de batalhas grandes, apenas agindo na defesa. Achamos importantes informações e uma nova raça metamórfica, mas não podemos dizer nada ainda aos nossos irmãos, apenas ao pequeno conselho dos grandes líderes, como o Luz-do-Inverno. Os Uktenas nos mandaram reforços, mas os Wendigos repreenderam. Espero que à partir de hoje, vocês entendam nossas ações e não façam represálias, assim como os Garras tem nutrido raiva de nós por gerações. Estamos juntos de vocês, apesar de distantes.

Abhaá se levanta da almofada e faz uma pequena oração em uma língua antiga que se assemelha à língua Garou, porém, muito mais complicada e com muitas sílabas. A fogueira arde em verde, azul, vermelho e amarelo, trocando suas cores como uma Aurora Boreal no céu. O fogo desenha a imagem de cada Totem Tribal e todas as tribos se sentem honradas pela visão de seus espíritos totêmicos.

O Reunião do Conclave havia, oficialmente, chegado ao fim.

Agora, se daria início ao Festim da Nação.

Os Uktenas começam a dançar para os espíritos, os Fiannas começam a servir bebidas e os Wendigos se reúnem perto do portão para uma troca espiritual enquanto cochicham sobre alguma tribo...
Os Garras Vermelhas começam uma briga furiosa no fundo do Caern, os Roedores de Ossos trocam informações com os Peregrinos Silenciosos enquanto assistem a luta feroz que se inicia ali.
Os Crias de Fenris se juntam aos Fiannas na bebedeira e dois deles brincam no clangor das espadas.
Os Senhores das Sombras sentam-se perto da fogueira e conversam sussurrando e observando à todos com cautela.
Os Filhos de Gaia sentam-se próximos da almofada enorme de Abhaá e alguns fumam ervas enquanto dialogam sobre os Totens.
Os Presas de Prata, os Portadores da Luz Interior e as Fúrias Negras se retiram para suas tendas, enquanto os Andarilhos do Asfalto discutem ávidamente sobre os assuntos do Conclave enquanto os mais jovens usam algumas estranhas pílulas e uivam pelo Caern.

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FestMachineCon 3ª Edição - Londres, Inglaterra:

A ansiedade é enorme e seu coração bate descompassado por alguns instantes. Você tem a impressão de ouvir muitas vozes na sua cabeça e de ver vultos em todos os lugares.
Por algum motivo que você não entendia, você sentia seu sexto-sentido despertado, como quando era criança e sentia medo de algo.

Doug Ashton inicia no palco, segurando um microfone:

- Sejam bem-vindos à 3ª Edição da FestMachineCon, dessa vez em Londres!

Aplausos e gritos saem da platéia. Ele continua:

- Hoje vamos receber na nossa primeira palestra, um jovem gênio das máquinas. Para os ratos de computadores e os da área, o nome é facilmente reconhecido na internet pelos artigos, descobertas e invenções. Quero que recebam com bastante fervor o senhor Alen Malthir!

Uma moça te entrega um microfone e te avisa para onde seguir.
Você sobre dois degraus e passa por uma pequena passagem barrada por uma cortina negra e se encontra na lateral direita do palco. Os aplausos invadem a sala e você pensa ter visto algo no canto direito do teto, mas não podia olhar por muito tempo ali. Precisava acenar para o público e ir até sua cadeira, próximo de Doug Ashton.
Um painel ao fundo passará as imagens de sua Palestra e o jogo de luz é suave para não incomodá-lo.
A platéia está lotada de pessoas, desde os mais jovens até os bem idosos, alguns segurando máquinas, plaquinhas ou notebooks.

Farejo o ar, sentindo cheiro de comida e bebida vindo do acampamento dos Filhos de Gaia. 
- Ralf ser bem-vindo, se quiser.

Aceno sorrindo para Scar.

Vou até o grupo de Andarilhos do Asfalto para ouvir o que estão discutindo.

Caern do Portão de Cristal - O festim:

Mily está sentada no chão com Dave ao lado. Os dois estão conversando enquanto alguns jovens estão ingerindo pílulas avermelhadas e uivando e rosnando para todos os lados.

Mais dois garous estão sentados perto de Mily e Dave e eles estão conversando sobre um Caern Urbano em Londres que havia sido atacado há pouco tempo.

Scar sente o cheiro de muitos pratos diferentes e principalmente carne, tudo com muita batata e milho. O cheiro da bebida é inebriante, além do cheiro de algumas flores e ervas misturadas à água de um grande bule de cerâmica.
Ainda você consegue sentir o cheiro de ervas usadas para fumo.

Me sento junto com Mily e Dave e os outros dois desconhecidos.

"Existem muitos Caerns por ai? Achei que fosse algo mais raro, mais...pra florestas como essas aqui"

Me aproximo de uma das mesas, abocanhando um pedaço grande de carne ou pedindo para ser servido como na tenda. Aproveito o tempo de festim para ouvir o que meus irmãos comentam. Me aproximo da anciã.
- É um prazer participar do Conclave, Avó - digo, com um meneio respeitoso. - A senhora disse que ainda há mais dois para nossa matilha...fiquei curioso...quem são eles?

Caern do Portão de Cristal - O festim:

Dave responde Ralf enquanto oferece um sanduíche cheio de especiarias (e sem coisas ilícitas, fique tranquilo):

- Existem tanto Caerns na natureza como os Caerns Urbanos. Alguns são nossos e outros são da Wyrm. Por ser um local muito espiritual, nós garous temos que protegê-los à qualquer custo, afinal, os espíritos nos ajudam e aqui nossa Gnose e nossa fúria são altas. Também é a nossa morada... é importante para toda a Nação.
Se não fosse esse Caern... nunca teríamos visto o avatar de Gaia e nem ouvido sua voz nos arrepiar os pelos do corpo, saca?

O barulho que os jovens garous é incessante e os uivos são estridentes. Alguns urram apenas e outros rosnam e executam uma espécie de dança.
O Caern todo está em polvorosa com tantas culturas diferentes ali.

Abhaá se vira gentilmente para Scar, o respondendo com a voz doce e os olhos menos vidrados que outrora:

- Ah, essa é a questão de Darún, meu irmão. Mas você tem um espírito parecido com o dele... e por isso, só por isso, que posso te revelar alguma pista... um deles está aqui nesse país, na Inglaterra, sentindo os espíritos enevoarem sua mente... ele mal sabe o que está acontecendo... está perdido assim como seu amigo da cidade estava há pouco. Você deveria ir falar com Darún, sim? Ele é um pouco tímido e anda preocupado demais com o destino e esquecendo que o presente é nossa maior dádiva...

Abhaá fala profundamente e toda e qualquer palavra parece etérea e maior que qualquer fala de alguém. Ela parece realmente ser uma senhora muito especial.

Aceito o sanduíche e começo a comer.

"Se existem Caerns urbanos, então os humanos tem algum tipo de contato com eles?"

Caern do Portão de Cristal - O festim:

Dave continua:

- Um tipo de contato velado. Normalmente são lugares onde não passam muitas pessoas, ou no subsolo... até em grandes prédios ou fábricas há muito tempo abandonadas. Os humanos construíram seus prédios em cima de Caerns e, às vezes, quando falam da "Loira do Banheiro" ou coisas do gênero, as famosas lendas urbanas, podem ter haver com a influência de algum Caern Urbano no local e até das manifestações de espíritos e totens.

Rio quando Dave comenta sobre a loira do banheiro.

"Ou a Bloody Mary haha. Sempre achei essas histórias uma falta do que fazer tremenda...agora tenho que concordar com os malucos que caçam fantasmas na televisão" continuo comendo o sanduíche.

"Quando será a cerimonia para escolha de tribos, ou algo do tipo?"

- Muito obrigado, Avó - digo, indo saindo para passear um pouco. Quando encontro Darún, me aproximo e o cumprimento com um aceno de focinho.
- Foi uma reunião e tanto - comento -, nunca imaginei que a própria Mãe poderia falar diretamrnte conosco dessa forma. Estou ansioso por nossa viagem, irmão. Estou também curioso para saber o que acontece com os outros dois que deveriam se unir a nós... quem eles são e se estão encontrando o caminho...

Caern do Portão de Cristal - O festim:

- Amanhã, no período da manhã mesmo. Você e mais dois garous novatos vão escolher a tribo e poderão passar pela cerimônia dos iniciantes. Algumas tribos pegam pesado nas batalhas e outras nos enigmas... mas tudo irá dar certo, é o seu destino. Se até eu passei, você consegue, Ralf.



Darún olha surpreso para Scar:

- Então a velha Abhaá já te guiou até minha matilha? Sou Darún, abençoado por Gaia quando criança e escolhido de Abhaá para a Matilha do tempo imaginário dos Anciões. Você então é o lobo de pelagem castanha que ela viu em sonhos... qual seria seu nome, jovem lupino?

Fico surpreso por ter sido parte de alguma visão da anciã (e feliz ao mesmo tempo, ao passo que me controlo para não mover a cauda involuntariamente).
 - Sou Scar. É um prazer conhecê-lo, irmão. Espero ser útil em nossa aventur...digo, em nossa missão.

"Valeu Dave. Acho que só agora consigo entender melhor tudo isso...mas espero me acostumar. Temos uma espécie de guerra mundial pela frente ainda. Essa Wyrm...ela parece o capeta em pessoa" digo me lembrando de um blues. Começo a assobia-lo.

http://grooveshark.com/#!/search/song?q=Robert+Johnson+Hellhound+On+My+Trail

Caern do Portão de Cristal - O festim:

O assobio de Ralf enche o ar de mais música... afinal, haviam começado a tocar os tambores cerimoniais ao fundo e algum tipo de hurdy-gurdy toca em algum lugar do Caern.
Dave se cala, apenas colocando a mão em seu ombro em sinal de cumplicidade e compreensão.


Darún responde Scar:

- Então se chama Scar... bem, seja bem-vindo à minha matilha! Um projeto de dez anos que só pôde ser concretizado agora. Já estou de olho nos próximos de nosso grupo, Abhaá me dará as coordenadas de manhã. Bom saber que um dos Filhos de Gaia estarão comigo. Você, mais do que ninguém poderá me compreender. Essa será uma matilha bem diferente, visto que terão garous de várias tribos... - ele parece olhar para a lua, perdido em seus pensamentos.

Olhando assim, ele perdia um pouco sua postura séria e grandiosa e adquiria um rosto de criança sonhadora e esperançosa.

Já eram quase 5 da manhã e o festim seguia em seu clímax, com danças, músicas, comidas e bebidas.

Sinto que o tempo se passa. Logo o sol chegaria, e com ele a minha decisão.

"Esse pessoal aqui é mais agitado que adolescente. Cadê a minha guitarra?" digo, meio que para mim mesmo.

"Olá, boa noite! (Ou o que quer que seja ) É uma felicidade e um imenso prazer estar aqui nesta bela festa. Ainda mais sendo recebi tão bem assim. Mas vamos ao que interessa: as máquinas." Faço sinal para começar ser apresentados vídeos de protótipos sendo testados em meu laboratório. "Sinto muito não poder trazer certas coisas, mas... como podem ver, não couberam na mala." Aponto para a tela, indicando uma maquina um pouco maior, para transporte de carga. "Meu ideal é que possamos baratear essas maquinas, para que possam facilitar nosso dia a dia em empresas e tudo mais... Afinal, mais fácil controlar uma maquina que age como extensão do seu corpo do que treinar um funcionário para operar um maquinário complicado e perigoso. Precisamos de nossas pessoas seguras, operando com facilidade e tranquilidade."

Enquanto a festa se desenrola, medito sobre todo o ocorrido, as novas informações, e preparo minha mente para o que estava por vir.
Uivo longamente para Luna, pedindo sua proteção nossa jornada, e agradecendo a Mãe pelos novos amigos. Aquele era o meu modo de rezar a Gaia.

FestMachineCon 3ª Edição - Londres, Inglaterra:

As pessoas aplaudem por alguns segundos e depois cessam os aplausos.
Porém, alguém na platéia se levanta e continua aplaudindo. Ele é um homem de longos e lisos cabelos negros presos em um rabo de cavalo. Ele ri arqueando a sobrancelha esquerda, observando você... parecendo tirar sarro.
Role um teste de Percepção + Instinto Primitivo

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Caern do Portão de Cristal - O final do festim:

As tribos vão se recolhendo às suas grandes tendas, pois logo de manhã haveriam novas cerimônias.
Scar e Ralf podem se retirar e ir dormir. Ralf pode escolher se dormirá na tenda dos Filhos de Gaia ou na tenda dos Andarilhos do Asfalto.

A Lua brilha alta no céu apenas adornada em volta por algumas pequenas estrelas.
As árvores que circundam o Caern parecem se mexer como se tivessem raciocínio e alguns mais sensíveis escutam as vozes dos espíritos à cantar alguma velha canção...

Vou até Scar antes de ir dormir.

"Boa noite, amigo. Se cuida, amanhã vai ser um dia...cheio. Yo" digo e vou até a tenda dos Andarilhos do Asfalto.

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Finjo não dar atenção ao homem, enquanto sigo tentando dar continuidade a apresentação. "Nada disso não seria possível sem a nossa tecnologia já patenteada, para a experiência do controle de uma maquina pesada não se torne outra tarefa pesada." Algumas imagens exemplificando aparecem na tela. "Assim, com um esforço minimo, a maquina reconhece seu intenção de movimento, e te auxilia. Dessa forma, movimentos contrários ao do indivíduo no controle, não atrapalham, nem incomodam."

Com um meneio de boa-noite para Ralf, parto para a tenda dos Filhos de Gaia, afim de descansar.

FestMachineCon 3ª Edição - Londres, Inglaterra:

Alen consegue perceber que um homem de chapéu coco está com uma cara de um misto de espanto com satisfação... ele é o homem do avião, com quem você havia discutido. Ele parecia ter alguma relação com o homem alto que estava tentando tirar sua atenção.

O homem dos cabelos longos e lisos começa a falar. A voz dele é tão alta e tão rouca que é difícil acreditar que seja uma pessoa boa:

- Você é um lixo. Que tipo de serviço escroto é esse? As máquinas não irão te salvar do monstro que é! FIQUEI SABENDO QUE ANDA A BRINCAR COM SUAS PRESAS..! Você é um homem desprezível, Sr Malthir!

Todos os presentes olham espantados para a cena que se desenrolava ali. Você se sente humilhado.

Role Fúria.

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Caern do Portão de Cristal - A Madrugada:

Scar encontra uma pequena cama de couro com tecidos fofos e peles de animais costurados. No cômodo ao fundo você vê os garous mais importantes de sua tribo o adentrarem.
Ao lado, já estão deitadas as duas garous de mais cedo: A mulher de cabelos curtos e Kona, a cozinheira.
Você se deita na cama ali ao lado e apenas uma pequena vela se mantém acesa entre os três grandes cômodos.

Ralf, ao entrar na tenda dos Andarilhos encontra algumas beliches ao fundo, uma mesa de ferro com alguns notebooks, um microondas posicionado no canto, e alguns lanches bem embalados... entre outros utensílios mais modernos.
Uma das camas de uma das beliches da esquerda está com suas malas.
A tenda, apesar de mais moderna, possui vários totens de metal e um símbolo místico em uma das paredes.
Um dos garous mexe no celular, sentado perto da mesa de metal enquanto come salgadinhos. O restante já estão dormindo.

"Sem sono também?" digo para o garou que mexe no celular, enquanto confiro minhas malas, principalmente se minha guitarra está ok. Abro o case e me sento.