O Chamado de Gaia

"Nasci em Nashville, mas me mudei pra Nova York quando eu virei músico profissional. E pelo papo de cheiro de máquina você...é meio que do campo né?"

Estralo os dedos, observando como Scar era diferente do que imaginava e via nos filmes de lobisomem.

"Você sempre foi é...lobo? Digo, estar na forma de lobo"

- Néshivil - repito, memorizando o nome - Scar ser Lupino. Ser não-homem. Scar vir da Floresta da Lua, terra dos lobos. Godhar dizer que Scar poder um dia ficar em forma humana, mas Scar ainda ser fraco. Scar ser lobo. Lobo é bom. Humano é bom. Gaia amar todos igualmente. Né?

Observo os espíritos por todo o lugar, notando o fino véu que separa o mundo etéreo no material naquele lugar. Era provável que estivéssemos em um Vértice, o que tornava o acesso aos poderes Garou muito mais fácil. Noto que o garoto não parece ver os espíritos como eu vejo...assim como os das vilas onde eu passei não podiam. Começo a compreender que nossas percepções são diferentes. Aquilo chama bastante minha atenção.

- Qual ser seu nome?

Guardo o mapa em um dos bolsos. Poderá ser útil, mas prefiro confiar nos meus gadgets e deixa-lo como recurso secundário. No hotel peço suítes confortáveis e amplas. No quarto busco me conectar as minhas bases de dados para escolher alguns projetos e estudos para apresentar. Minha luva que está em uma das malas, no entanto, não deixa de ser cogitada para impressionar alguém, caso sinta meu orgulho ferido.

Continuo fazendo cálculos hipotéticos, sem poder "colocar a mão na massa", para não perturbar os vizinhos, ao menos por hora. Fico nessa rotina até o momento de ir a feira.

Alen:

Você passa um bom tempo na maior suíte do hotel, mexendo com seus projetos e analisando o que seria melhor
Stew passa o tempo dele tentando programar algo em um notebook, mas ele se distrai facilmente com alguns joguinhos da Steam.

Após duas horas, Stew abre a boca:

- Chefinho, temos que estar na FestMachineCon em 00:30!

Stew vai se trocar, colocando um terno e seus tão amados coturnos. Ele sorri animado com o evento. Apesar dele não ter demonstrado, ele estava orgulhoso de você, já que ele sempre te acompanhou nas suas criações.

"Ralf Lowell. E o seu?" pergunto ao lobo.

(Posso ver que Scar enxerga desconfiado pro nada? )

- Ralf bom nome, forte. Scar ser Scar - respondo, com simplicidade - Ralf não ver espíritos, ver? Ralf precisar ver com coração, não com olho humanos. Ver com focinho. Fecha os olhos - fecho os olhos, encorajando Ralf, para tentar despertar seu sentido.

"Scar tipo a cicatriz?" digo em voz baixa.

Quando o lobo diz para fechar os olhos eu os fecho.
"É meio difícil..."

"Sim, sim... vamos." Me troco, visto o terno, e vou encontrar Stew.

"Ainda acho que aquele vestido vermelho cairia melhor... realçaria seus lábios..." Comento, debochando.

Peço um taxi e dou as coordenadas.

Caern do Portão de Cristal:

Ralf fecha os olhos e, tenta, por alguns segundos, sentir algo que não sabe bem o que é. Role Gnose + 2

Scar continua com os olhos fechados. Por alguns segundos, você sente o vento balançar seus pelos, como se fosse um bafo quente de uma criatura respirando muito próxima de você. Você recebe +1 em Gnose (Bônus temporário)

~~~~

Alen:

O taxista possui um bigode proeminente, que tampa sua boca. Ele usa um óculos velho, com armação marrom e levemente torta. Apesar disso, ele parece um bom homem. No retrovisor, um dado de 10 lados está pendurado, balançando conforme o carro executa as curvas.

Stew entra reclamando do seu deboche, falando igual uma mocinha. O táxi sai pelas ruas de Londres e ele demora 45 minutos para chegar na FestMachineCon, em um prédio de grandes eventos.

Você pode ver enquanto desce do táxi e joga alguma gorjeta para o homem, muitas pessoas diferentes e excêntricas. Algumas mulheres passam com invenções ou apenas roupas diferentes. Homens de ternos e alguns com roupas de mecânico, porém mais chiques, adentram o prédio.
Um letreiro informa que ali estava rolando a FestMachineCon - 3ª Edição.

Ralf: 3D10 => [ 8 +5 +1 ] = 14

- Ralf sentir? Lugar bom aqui. Garous são os filhos de Gaia. Gaia criar a nós pra proteger a vida. Scar e Ralf nascer para proteger. Gaia nos dar força e sabedoria. Ralf forte, só não saber ainda.

Caern do Portão do Cristal:

Ralf consegue sentir sutilmente algo diferente... um leve sopro quente sobre seu corpo. De repente, ele abre os olhos e vê um olho amarelo e um pedaço de focinho ao lado de Scar, como se houvesse... um pedaço de lobo flutuando... até que ele some.

Scar consegue ver a cara de compenetrado de Ralf e sabe que algo aconteceu. Você gosta do humano porque, agora, ele parece tão simples e tão jovem quanto você.

Mily também aproveita para fechar os olhos e ela dá um leve aceno para a direção de onde estaria o "outro lobo" de olhos amarelos. Ela parecia ter uma ligação espiritual muito alta, apesar de ser humanídea.

Godhar observa Scar interagindo com outro novato e fica feliz por você ter sido recebido amistosamente por alguém desconhecido. Algumas vezes, Garous podem ser cruéis devido aos traumas do passado...

Ainda lá embaixo, no Caern, alguns Garous colocam tambores cerimoniais em torno da fogueira, como se elas circundassem uma área onde haveriam celebrações.
Um Garou olha para vocês e acena para Dave.

Dave, o outro Garou que acompanhava Ralf, acena de volta para o Garou e cumprimenta Godhar:

- Olá, Godhar-rhya! Que Gaia o abençõe!
- Que Gaia o abençõe também, filho da Mãe Gaia.

Fico espantado com o que vejo e levo alguns segundos para processar a informação.

"...quem estava do seu lado Scar? Você os vê, o tempo todo?"

- Scar ver amigos em todo lugar, Ralf. Nunca estar sozinho de verdade. Mas amigos se concentram muito aqui. Lugar bom. Garou ficar mais forte aqui. - respondo, me divertindo com os espíritos curiosos de Ralf e Mily. Se havia algo tão bom quanto apreciar as criações de Gaia, era fazer amigos. - Ralf saber porque estar aqui? Godhar dizer que Scar ser garou verde ainda. Então Scar não saber muito.

"Estou tão perdido quanto você sobre isso. Descobri minha...herança fazem alguns dias. Acho que sou um garou verde também" digo coçando a cabeça, já me sentindo a vontade com o mais novo amigo lupino.

- Bom ter amigos. Scar quer conhecer Assembléia. Boa aventura. Ralf querer "tanbem"? - digo, chamando o humano para conhecer o lugar, já me virando e observando o ambiente à nossa volta, atento a cada detalhe. Farejo ao ar constantemente, notando que até mesmo o cheiro do lugar era diferente. Mais vivo, quase palpável... estávamos muito mais próximo de Gaia.
(Pode descrever o que vemos, mestra ;3)

Caern do Portão de Cristal:

Scar e Ralf começam a se dirigir para dentro do Caern.

Agora, mais de perto, as tendas parecem mais imponentes e os Totens pareciam ter vida própria, cada um se estendendo como um estandarte.
Vocês não haviam notado antes, mas ao fundo, existe realmente um portão feito de pedras e cristais azulados, o que confere sentido para o nome desse Caern. A relva em volta e o cheiro de orvalho faz com que o lugar pareça nunca ter sido tocado pelo mal ou que tenha sido corrompido.

O portão possui quase seis metros de altura e oito de largura. É um portão gigante, sem batente, apenas com as extremidades. Toda a sua estrutura é composta de pequenos cristais azulados, alguns esverdeados encravados em duas peças de granito erguidas. O que mais espanta é que o portão não está fincado no solo! Algumas ervas que saem do chão estão enroladas segurando as duas peças de granito... como se a natureza estivesse as equilibrando por vontade própria.

Para os mais sensíveis, o nível espiritual que emana do portão é imenso.

Ao olharem para as tendas, essas estão quase todas com os panos encobrindo a entrada, para que ninguém que esteja passando veja a movimentação lá dentro.
Fora das tendas estão cinco Garous. Todos eles estão arrumando o local em volta da fogueira.

(Para terem noção do espaço do Caern:

Ao entrarem, se deparam com uma fogueira ainda apagada. Em volta dela, como se fosse um semi-círculo, estão dispostas as tendas.
Cada tenda tem 5x5 metros [altura e largura]. Os totens são dos tamanhos das tendas.
A fogueira tem três metros de diâmetro.
Ao fundo, como se fechasse o círculo das tendas, está o portão de cristal, majestoso e brilhante. )

O Garou que cumprimentou Dave, se dirige aos dois:

- Sejam bem-vindos ao Portão de Cristal. Espero que saibam se virar por aqui, novatos. Podem visitar as tendas de suas tribos, se assim desejarem... só não passem pelo Portão. É estritamente proibido passar por ali sem permissão ou acompanhamento. Se respeitarem essa pequena regra, continuarão bem quistos por aqui.

Assobio de espanto diante de tamanha grandeza.

"É...já tem uma tribo Scar? Me disseram que eu teria de escolher uma quando chegasse. Algo do tipo..." olho para o totem da Barata.

Fico extremamente curioso com a energia que sinto, vinda do portão... o cheiro alí é muito diferente, de uma forma que não consigo explicar.
- Scar ser da tribo Filhos de Gaia. Ser tribo pacífica, prezar harmônia e bondade. Mas ser forte e implacável ns proteção do amigos. Ralf amigo, Scar proteger se precisar. Ralf precisar escolher tribo. Escolha importante. - digo, vontando minha atenção a Ralf

"Pelo pouco que pude entender, meu pai e meu avô eram Andarilhos do Asfalto...sabe, até ontem eu só queria viajar o mundo e compartilhar minha música. Talvez eu siga o caminho dos meus antepassados mas...as novas gerações não podem criar novos caminhos?" digo me perdendo nos pensamentos.

Fico na ansiedade de pegar meu protótipo e já usa-lo, mas me contenho. Adentro o salão ainda com a mala fechada. Observo o ambiente vendo se há algo que justifique exibir meu protótipo. Ficar para trás é algo incogitável. Finjo estar falando ao telefone e sigo andando pelo salão, para assim poder observar sem ser interrompido.

Alen:

Você consegue contar pelo menos 30 pessoas que estão entrando no evento. Ele já parece estar cheio de pessoas, visto o número de carros no estacionamento, bicicletas, motos e táxis na rua do prédio onde está rolando o evento.

Stew vai andando ao seu lado, observando tudo também, porém, com menos discrição. Ele sorri para todas as garotas e elogia as roupas mais interessantes, além dos óculos de aviador que algumas pessoas utilizam.

Um homem diferente passa por vocês: ele possui uma mochila cheia de mecanismos que vai acoplada em suas costas. Ela tem a cor de inox e algumas rajadas verdes, como se uma pele tivesse sido rasgada e o seu esqueleto fosse de aço. Apesar dela ser desse material, ela parece ser carregada normalmente pelo homem esguio e de cabelos acinzentados.

Nada mais excêntrico passa por vocês e, nesse momento, vocês já estão quase na porta de entrada da FestMachineCon.

Nada como estar em terra firme. Mais do que apressadamente saí do barco, quase saltando de felicidade, para a areia. Observo os lupinos uivando as Boas-vindas, assim como o homem fazendo o sinal. Talvez a sorte estivesse ao nosso lado agora, afinal caminhar era melhor do que qualquer tipo de transporte.

A visão novamente muda para um ar mais tropical, e continuamos por mais uma trilha. Puxo levemente a manta, cobrindo-me mais e acelero o passo ao lado de Viktor enquanto olhava as estrelas despertando-se uma por uma, ansiosa pela lua, toco no braço de meu companheiro para ter sua atenção.

- Sabe exatamente o porque desta assembléia entre as tribos? - Permanecia olhando o céu, mas atenta a sua resposta.

- Nada impedir um lobo de seguir seu coração. Ralf traçar próprio destino. Ralf ser Garou, livre como nenhum outro ser de Gaia. Scar e Ralf ser a fúria da Mãe.nós fezer destino, não contrário. Ralf dever seguir coração de Garou.
Sinto o vento soprar contra meus pelos, como um agrado de Wyld. Estudo o lugar junto de Ralf, tentando saber mais sobre a Assembléia.

Nailah:

Viktor olha um pouco surpreendido pelo seu toque, mas logo ele percebe que não é um aviso de perigo. O Garou então começa:

- Uma Anciã dos Filhos de Gaia recebe sonhos da própria Gaia. Quando ela sonhou o Primeiro Grande Sonho, a estrela negra explodiu no céu e logo uma vermelha surgiu no firmamento. Nós, os Crias, estávamos batalhando naquele dia. Muitos dos nossos primos morreram contra um grande Avatar da Wyrm que se manifestou naquela noite. Eu adquiri essas cicatrizes asquerosas naquela noite horrível. Um Cria nunca recua, mas aquela noite essa foi nossa ruína, embora eu odeie admitir. Toda aquela falação de que estávamos errados em continuar avançando com nossas fúrias... eu poderia ter arrancado ainda mil cabeças!

Viktor pausa e rosna furioso, até que ele coloca a mão à sua frente e continua:

- Morreram mais de trinta em um único ataque do Avatar da Wyrm. Mas nós ficamos. Conseguimos expulsá-la, mas não a destruímos. Essa última década foi a ruína da nação Garou. Perdemos tantos primos que fica difícil contar apenas nos dedos das mãos... Mas parece que Gaia está nos fortalecendo esse ano. Embora tenhamos que encontrar com tribos que não nos damos muito bem... estaremos juntos dessa vez. Não lutaremos em vão, Nailah. E se preciso for, não morreremos em vão.

Daboh interrompe:

- Só houveram mais duas Assembléias com todas as tribos em toda a nossa história Garou. Acho que assim dá para medir a importância desses dois dias de Assembléia. Principalmente dessa noite. Esse é o cheiro do Apocalipse... esse cheiro moribundo e nauseante que nos deixa doentes... se decorar o cheiro, saberá quais inimigos acertar na hora do combate. Veja, nós não temos esse cheiro - ele dá uma leve risada, como se te dissesse algo muito mais profundo do que apenas sobre a Wyrm - e os bons ali não terão esse cheiro horrendo também.