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Fator Gênese - Capitulo 4

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Mensagem por Stein Seg Fev 13, 2012 1:54 pm

Como prometido, mais um capítulo saído da pena ^^
Como havia comentado, os capítulos 2 e 3 foram alterados para encaixarem-se de forma mais apropriada ao enredo, sendo assim, seria interessante passar o olho sobre eles novamente.
Espero que gostem do desenrolar da história :]

Capítulo 4 - A Ordem de Camael

- Quando me disse que guardava alguns segredos, não imaginei que um deles fosse seu ofício como mercenária – murmurou um homem sentado dire-tamente à direita do ancião, observando Blair com um sorriso irônico. Aquele era Arias Nero, e pela posição de sua cadeira deveria ser alguém muito influen-te dentro da Ordem.
- Trago até o Conselho a pessoa de quem lhes falei – começou Liar, dando um passo à frente. – Esta é a guerreira que creio ser capaz de cumprir a tarefa que os senhores têm em mãos.
- Isso é o que iremos descobrir em breve – respondeu o ancião, fazendo um gesto para que Liar se afastasse, sua expressão era serena, mas desperta-va admiração pela aura de sabedoria que parecia emanar. O jovem deixou a combatente sozinha no centro do salão circular, para subir a arquibancada e sentar-se próximo a Nero.
- O Conselho decidiu testar as habilidades daquela que foi indicada a nós por Liar, representante do setor de desenvolvimento tecnológico da Ordem de Camael. Existe objeção por alguma das partes? – perguntou um homem gordo de estatura baixa, levantando-se de seu lugar na arquibancada. Todos os presentes ficaram em silêncio.
O arauto estendeu uma das mãos em direção ao centro do salão, onde Blair se encontrava, e a garota notou que uma circunferência se desenhara no chão, trazendo uma série de símbolos e figuras complexas. Aquilo era um cír-culo místico, usado pelos magos para canalizar a energia do mundo e modelá-la.
Enquanto o homem recitava algumas palavras em uma língua antiga, Blair sentiu o chão tremer, enquanto seu coração disparava pela expectativa do que viria a seguir. Ela encontrou o olhar de Liar na arquibancada e viu que o amigo sorria, confiante que ela superaria o desafio.
De súbito, um batalhão de colunas de pedra elevou-se do solo, rasgando a terra ao formar o que parecia ser um labirinto sem saída. As paredes possuí-am cerca de um metro de espessura e cinco de altura, cortando todo o salão circular, que a guerreira compreendera ser uma arena.
- Sua missão – continuou o arauto, ao finalizar o encanto, encarando Blair com uma expressão séria no rosto rechonchudo – é encontrar o documen-to que está escondido em alguma parte deste labirinto e sair dele com vida. Boa sorte.
- Poderia fazer as honras, Nero? – sussurrou o ancião Ordem ao cientis-ta.
- Será um prazer – respondeu Nero com evidente curiosidade, olhando fixamente para a arena, focando sua atenção em Blair.
O Conselho ficou em silêncio, e a guerreira fechou os olhos, tentando escutar a movimentação dos supostos vigias. O que ouviu, porém, foi a voz de um homem, ecoando pelas paredes de pedra do labirinto.
- Se não se importa, serei o mestre do labirinto nesse nosso joguinho – disse a voz. – Devo admitir que esteja curioso com o motivo de Liar tê-la indi-cado, por isso pretendo estuda-la de perto.
- Espero que seus olhos possam me acompanhar, professor – respon-deu a guerreira, mantendo os olhos cerrados.
- A partir de agora, cada partícula de pedra desses muros faz parte de minha visão. Receio que a senhorita seja incapaz de confundir meus “olhos”.
- Não vou saber se continuarmos conversando.
A voz se calou e Blair ouviu um som repentino atrás da parede à sua direita. A garota respirou profundamente, acalmando os batimentos cardíacos e controlando a adrenalina em seu corpo. Em um instante, ela estava completa-mente calma e sua presença parecia mesclar-se ao próprio labirinto.
Blair juntou as mãos, como se fizesse uma prece, e abriu os olhos len-tamente. Conforme afastou as palmas abertas, fez surgir entre elas uma esfera de luz rubra, que logo se converteu em dois gládios de beleza sublime. As es-padas gêmeas eram curtas, mas a lâmina reluzente aparentava ser extrema-mente afiada. O aço que compunha o cabo da arma era o mesmo usado na folha, revestido com uma camada escura de ferro, o que dava maior firmeza à sua manipulação.
- Magia do tipo Evocação – murmurou Nero, pensativo.
- Errado, aquilo não é magia – explicou Liar, sentado ao lado do cientis-ta. – Existe uma habilidade em minha terra natal que torna o usuário capaz de manipular a própria essência espiritual. Essa técnica chama-se “kaeri”, que no Dialeto Antigo quer dizer areia vermelha. Raras são as pessoas em meu mun-do capazes de usar esse tipo de poder, mas ninguém como Blair o faz. Ela é um gênio.
- Um gênio... – refletiu o cientista, aquilo tornava as coisas ainda mais interessantes.
Blair empunhou as espadas firmemente, enquanto percebia a aproxima-ção de alguém. Com velocidade, a guerreira cruzou o corredor à sua esquerda e, esgueirando-se, observou a aproximação do suposto inimigo.
O corpo da criatura era composto por uma esfera metálica e uma aura mística invisível permitia que flutuasse a quase dois metros acima do chão, enquanto um sensor de movimentos, uma pequena esfera azulada que movia-se pelo corpo, tentava detectar a presença de seu alvo.
A guerreira se afastou e continuou percorrendo o labirinto com cautela. Surpreendentemente, ela sabia o caminho que poderia ou não tomar para atrair a atenção das sondas, o que deixava os espectadores confusos.
Quando cruzou um dos corredores de pedra, a combatente sentiu o cheiro inconfundível de pergaminho e tinta. O documento estava próximo, tal-vez a menos de dez metros dali.
Porém, quando se preparava para avançar, ela percebeu seu primeiro erro. Distraída com a descoberta, Blair não notara o som fraco se aproximando por trás de si e sabia que não poderia correr, pois a curva mais próxima estava longe demais.
Em uma ação estratégica, ela correu em direção ao som e, quando o vigia irrompeu por uma das passagens, virando-se em sua direção, a guerreira rolou por baixo da criatura e saltou, usando a parede à sua frente para tomar impulso. Quando o robô girou o corpo para trás, seu sensor pôde apenas de-tectar a lâmina de um dos gládios a lhe atravessar, perfurando carcaça e en-grenagens com facilidade e cessando seu funcionamento por completo.
Com agilidade, a combatente tomou distância e facilmente escalou uma das paredes, ficando de pé no topo do labirinto, tendo uma ótima visão do que a rodeava. Assim, ela concluiu que uma hora ou outra estaria cercada, pois, como previra, o som da batalha havia atraído os outros robôs. Porém, aquilo não seria de todo uma desvantagem, pois como os patrulheiros seriam atraídos para aquela área, um caminho alternativo até o pergaminho estaria livre da vigi-lância.
- A garota tem uma percepção incrível – comentou um dos membros do Conselho, que observava surpreso o desenrolar do teste.
- De fato – concordou Nero –, ela possui um instinto predatório sobre-humano. Agora mesmo está guiando-se pelo som das engrenagens das son-das e percebeu onde se encontra o documento apenas seguindo seu cheiro.
- Isso é impossível, os vigias não emitem som algum – sussurrou um outro.
- Na verdade emitem. O ruído é inaudível para os humanos, mas nossos testes com alguns animais sugerem que certas espécies podem escutá-lo. Na-da garante que um humano bem treinado também não seja capaz de ouvi-lo – explicou Liar, sem tirar os olhos da arena. Ele conhecia bem as capacidades de sua antiga parceira, mas vê-la em ação era sempre surpreendente.
Ainda observando do alto, agachada no topo da parede, Blair percebeu que o número de seus procuradores parecia ter aumentado, e pensou que era mais uma brincadeira de Nero para testá-la.
Foi então que avistou, embutido em um dos muros de pedra à frente, uma espécie de cubo cristalino que enclausurava um rolo de pergaminho. Sor-rindo, a guerreira desceu do paredão para não chamar a atenção dos guardas. A missão estava fácil demais.
Porém, ao tocar o solo, Blair teve uma surpresa desagradável. Quando sentiu que algo lhe agarrara o tornozelo, viu-se sendo arremessada contra um dos muros com violência e caiu no chão com um baque, protegendo o rosto com os antebraços.
A força do impacto fez a guerreira soltar as espadas, que desfragmenta-ram-se no ar. Ao se levantar e girar o corpo, procurando por seu agressor, ela notou que um dos vigias havia lhe capturado usando uma espécie de cabo fle-xível, que saia de uma pequena escotilha em seu corpo metálico. Ela não en-tendia como a criatura conseguira se aproximar sem que fosse notada, mas não era o melhor momento para refletir sobre isso.
A garota tentou libertar-se do cabo, mas estava amarrada de tal forma que perderia muito tempo, e esse seria um fator decisivo agora, pois ela sabia que os outros robôs logo chegariam até aquele corredor. Era preciso agir preci-samente, se errasse em seus cálculos, a falha em cumprir a missão seria inevi-tável.
Ela utilizou novamente sua técnica de manipulação, transmutando a e-nergia mística em uma adaga de lâmina escura, e sacou de um dos bolsos tra-seiros um pequeno frasco com um líquido transparente.
Simulando uma fuga, ela induziu a máquina a puxa-la em sua direção. Aproveitando o impulso, a combatente lançou contra o patrulheiro o frasco de vidro, que estourou ao choque com o alvo, espalhando o líquido transparente pelo metal.
Antes que chegasse perto demais do inimigo, Blair arremessou a adaga. Quando atingiu o alvo, a faca produziu uma faísca, gerando uma forte explosão e levantando uma nuvem de fumaça escura. A guerreira foi arremessada para trás devido ao impacto e seu tornozelo já não estava mais prezo pelo chicote, que afrouxara.
- Perspicaz – comentou Nero. – Usou álcool e uma adaga revestida com pólvora para gerar uma explosão, aproveitando-se do corpo metálico do vigia. Usou a vantagem do inimigo para derrotá-lo.
Os outros membros da Ordem observavam o desenrolar do teste abis-mados, fascinados pela destreza como a combatente conduzia a missão.
- O kaeri de Blair lhe permite transmutar sua energia mística em qual-quer tipo de minério que ela conheça, basta que compreenda como funcionam as ligações moleculares do material – explicou Liar.
- Impressionante – admitiu Nero. Aquele era o rato de laboratório mais divertido que havia tido a chance de estudar, e não queria deixar que sua co-baia fugisse tão facilmente.
Blair ouviu a aproximação de outros robôs, mas sabia que seus senso-res de movimentos seriam confundidos pela fumaça. Deixando-se ser coberta pela névoa escura, de olhos fechado, ela prendeu a respiração e esperou pelos inimigos. Nero poderia ver qualquer coisa no labirinto, em condições normais, mas até mesmo ele não conseguiria impedi-la de despistar os patrulheiros na-quela situação.
Ao ouvir o barulho de engrenagens a poucos metros, a guerreira avan-çou silenciosamente na direção de seus procuradores, desviando de uma de-zena apenas guiando-se pelo som que emitiam. Sem perceberem a presença da garota, as máquinas seguiam na direção de onde viera a explosão.
Quando Nero percebeu o plano de Blair, a combatente já havia escapa-do da nuvem de fumaça e estava ao lado do cubo de vidro. Com uma cotove-lada, ela estourou o invólucro e recolheu o pergaminho.
Blair escalou o muro mais próximo e em segundos, caminhando pelo topo do labirinto, ela estava do lado de fora. A missão fora completada.
Como a fumaça havia se dissipado, o arauto que havia criado o labirinto desfez o feitiço, fazendo com que as paredes de pedra se consumissem, en-quanto Nero realizava o mesmo procedimento com seus soldados metálicos.
Os membros do Ordem comentaram entre si a atuação de Blair, de-monstrando surpresa pelo modo como havia concluído a tarefa. Nero perma-neceu calado por um tempo, revendo mentalmente todo o teste diversas vezes, até que se manifestou, dizendo ser óbvio o fato de não poderem descartar as habilidades da garota. Ela era perfeita para a missão que tinham em mãos e não havia o que contestar.
Tendo o Conselho alcançado um consenso, o arauto levantou-se de sua cadeira e dirigiu-se à mercenária.
- A Ordem de Camael decidiu aceitar seus serviços, Blair do Deserto – começou ele, Blair achou graça no título que recebera.
Dando continuidade, o gorducho informou a ela sobre a tarefa que lhe seria incumbida, da mesma forma como Liar lhe contara. Segundo ele, a Or-dem precisava de alguém para investigar um lugar onde o grupo de cientistas foragidos possivelmente estava escondido. A garota deveria conseguir infor-mações sobre os fins para os quais o dinheiro desviado estava sendo aplicado e reportar os dados obtidos.
Quando Blair já havia aceitado a missão, o homem baixinho revelou o valor do pagamento: vinte mil peças de ouro, menos da metade da quantia que haviam revelado a Liar. A mercenária não disse nada e apenas assentiu, ainda assim, era um pagamento alto por um trabalho que ela julgava ser fácil.
Por fim, Blair foi informada que deveria permanecer em Arsin enquanto aguardava a convocação do Conselho, para ser enviada ao local da missão.
Liar se levantou e pediu permissão para acompanhar Blair em sua saída. A garota simulou uma mesura e deixou a sala seguida pelo amigo, não antes de direcionar um olhar vitorioso a Nero, que respondeu com sorriso obscuro.
Os dois atravessaram o portal místico de volta para o salão de atendi-mento do domo, onde foram recepcionados pela mesma balconista até a saída do local.
- Você foi ótima – elogiou Liar, lhe entregando um pingente assim como o que usava, para que a garota fosse identificada como membro da Ordem. – É injusto que não lhe paguem a quantia que me informaram.
- Não se preocupe, o valor continua sendo bom.
- Nero possuiu uma curiosidade clara por seu kaeri, nunca o vi tão con-centrado em testar as habilidades de alguém. Ele parecia estar se divertindo – disse ele, enquanto alcançavam a calçada, descendo a escadaria do domo.
- Nos momentos finais do teste, quando percebeu que eu havia avistado o documento, ele evocou aquele robô próximo de mim, por isso não senti sua presença. Ele estava me desafiando, brincando comigo como se eu fosse sua presa. Felizmente, consegui escapar de sua armadilha.
Era por volta do meio-dia quando passaram pela avenida principal da ci-dade e adentraram uma cafeteria pouco movimentada. Era um lugar sóbrio, todo construído usando uma madeira que lembrava a cor de um ônix, escura e envernizada. As lâmpadas circulares nas colunas das paredes deviam fornecer uma meia-luz durante a noite, mas o sol era o bastante para iluminar todo o local àquela hora.
Os recém chegados sentaram-se um uma mesa redonda a um canto, com assentos retangulares que lembravam dois sofás acolchoados. Blair notou um jornal jogado em seu banco e tomou-o para si. A primeira página trazia uma foto em que um homem, sentado no canto de um palanque, era observado por alguns espectadores enquanto alguém, em frente ao público, gesticulava e dis-cursava sobre algo.
- Eles conseguiram capturar mais um dos cientistas – comentou Liar, apontando o jornal nas mãos da garota. – Da mesma forma que os outros esse ai não teve nenhuma chance de se safar da prisão.
- Onde conseguiram encontra-lo?
- Ele se entregou. Disse que fazia parte do time de pesquisadores e foi identificado por pessoas do governo como tal. Os jornais dizem ele não aguen-tou a pressão da perseguição, ou fez que isso para zombar da Ordem.
- Por que diz isso?
- O desgraçado não abriu a boca uma vez sequer enquanto estava sen-do julgado. Não apresentou nada em sua defesa e não demonstrou nenhuma reação quanto foi rechaçado pela acusação, e condenado por mais de quaren-ta anos sem direito a fiança. É um tempo muito longo, mesmo para um caso que tenha envolvido tanto dinheiro.
- O Estado está com medo – concluiu Blair.
- Não há dúvidas quanto a isso. O ouro não pode ter sumido no ar, cer-tamente foi aplicado em algo grande, e o maior medo das pessoas é que ele tenha sido investido em armas ou algo que possa colocar em risco a vida em Arsin ou mesmo em outros mundos.
Blair refletiu por um momento, enquanto um garçom lhes traziam duas xícaras quentes de um café aromático. Porque aquele homem havia se rendi-do? A lógica de que ele tivera medo de seus perseguidores e por isso se entre-gara não fazia o menor sentido. Se fosse assim, ele não teria a audácia de ficar calado e seguir os passos dos que foram presos antes dele. Ele possuía um segredo que não poderia revelar mesmo que isso lhe custasse a vida. Talvez as pessoas para as quais ele trabalhava estivessem lhe causando uma pres-são psicológica extrema para que mantivesse o segredo, o que poderia ter re-sultado em sua entrega.
- Se é assim – disse Liar quando ela lhe explicou sua teoria -, porque diabos ele não revelou nada? Se estava fadigado pelo segredo que guardava, porque então não decidiu se livrar do fardo?
- Honra, talvez – respondeu a guerreira, lembrando-se da primeira regra de seu ofício como mercenária: jamais revelar os motivos do contrato. Ainda que fossem contratados para qualquer espécie de serviço que lhes rendessem algum dinheiro, muitos mercenários possuíam esse código de honra, e isso os tornavam respeitados por seus pagantes.
Liar parecia pensativo, ponderando sobre a possibilidade.
- Se isso for verdade e os cientistas estiverem sob algum tipo de código de conduta, então a única chance que temos de conseguirmos alguma infor-mação é através de outros meios que não o questionário ou a tortura.
- Os cientistas certamente usaram algum tipo de computador para reali-zarem suas pesquisas, e os dados podem ser capturados a partir dessa má-quina...
- Não, isso tornou-se impossível quando eles colocaram fogo na base de operações. Os pesquisadores sabiam que seriam caçados cedo ou tarde, e já tinham tudo preparado para apagarem as informações sobre o que quer que estejam tramando. A polícia forense analisou o laboratório destruído, mas con-cluiu que nada estava em estado recuperável.
- Então, que levou a Ordem a descobrir o tal lugar onde suspeitam que os cientistas estão escondidos? – ela quis saber, intrigada.
- Você saberá logo – respondeu ele, com simplicidade. – Por hora, ocu-pe-se em descansar e recuperar as energias para o dia da convocação. É uma boa oportunidade para explorar o lugar.
- É um tratamento bem incomum dado a uma mercenária, não acha? – disse ela bem-humorada.
- Não se preocupe com isso, o Conselho está acostumado em contratar pessoas para realizarem esse tipo de serviço, e isso levou ao reconhecimento. A caça de recompensas não é algo recriminado pela Ordem, é apenas mais um ofício como qualquer outro.
Após um tempo conversando, Blair e Liar voltaram para a hospedaria onde a garota descansaria por mais um tempo antes de começar sua explora-ção pela cidade. Ela estava intrigada pelo caso dos cientistas, principalmente pelo fato mistério envolver seu próprio mundo.
Dracma, como era chamado, era um mundo desértico e quente. Seus habitantes mais abastados viviam nas poucas, porém magníficas, cidades-oásis que se escondiam entre as montanhas de areia, e a maior parte de seu povo era constituído por nômades e blocos isolados que formavam Estados independentes, o que muitas vezes gerava discriminação regional e batalhas por território. Apesar de também possuírem conhecimento sobre maquinários e magia, Dracma era um lugar muito inferior a Arsin nesses quesitos. Sendo as-sim, o que teria atraído os cientistas?
Absorta em pensamentos, Blair adormeceu, lembrando-se do ambiente onde crescerá e a graciosidade de suas cidades. Ela se lembrava em sonhos das palavras que ouvira de seu pai, que havia treinado ela e Liar. O deserto é uma imensidão inesgotável de areia e solidão, e é justamente por isso que as pessoas que vivem aqui sabem apreciar cada pequeno fragmento de vida que encontram pelo caminho.
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Mensagem por Pedro Oliveira Sex Fev 24, 2012 4:17 pm

Massa manolo,quando sair o livro quero comprar logo,estou amando a história,uma das 5 melhores que eu já li.
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Mensagem por Stein Ter Fev 28, 2012 8:26 pm

haha valeu manolo! Terá capítulo hoje!
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