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Fragmentos 3o Capitulo

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Mensagem por isaac-sky Seg Set 24, 2012 5:58 pm

1o ato - Acima de nós


"Parnaq foi uma metrópole desde o inicio dos tempos. Eu particularmente a vejo como a lua, pois possui duas faces: a luz, o lado rico, e um lado escuro, um submundo mais obscuro que muitas noites invernais..." Ryu Nijima, sobrevivente


Os irmãos estavam atordoados com o rugido esganiçado do monstro invernal. Tão atordoados que nem notaram uma série de guardas chegando ao pé da escadaria e abrindo fogo no monstro. Ele caiu com um estrondo seco.
A estrutura do lugar estava abalada, mas aguentaria o suficiente para tirar Jeremy machucado e os gemêos confusos.

...

Acaiah e Alexander acordaram do lado de fora da cidade, em frente uma grande rocha (da qual possuia uma grande rachadura que servia como passagem) e atrás um gigantesco deserto cinzento.

"Não sei se são sortudos ou tem uma habilidade especial pra sobreviver ao impossível" disse o médico, um senhor de meia-idade grisalho, terminando de colocar a gaze no joelho direito de Acaiah.
"Oi?" perguntou o irmão mais novo, acordando aos poucos.
"Isso o que vocês fizeram...enfrentar um deles de frente, nunca foi feito nem pelos mais heróicos guerreiros de nosso mundinho cinza"
"Agora vão vir de novo com aquele papo de 'salvadores', caramba, ninguém nunca tentou atirar em nenhum deles?" disse Alexander acordando já bastante mal-humorado.

"Não como hoje" disse o 'Chefe', se aproximando com sua mão e testa enfaixadas "Perdemos nossa base, mas existem outras. A missão de vocês segue por outro caminho"

"E quando vão nos contar algo que faça sentido?" disse o irmão mais velho sentindo algumas pontadas na perna esquerda, como se tivesse torcido o tornozelo ou algo do tipo.

"Eu não sou quem procura se querem respostas. Estão vendo aquele jipe ali na frente?" e então apontou para um velho jipe cinza bem atrás dos gemêos. "Tem um mapa, combustível, e o nome do contato de vocês. Ele vai explicar essa confusão toda, e a partir dai, podem escolher qual o caminho de vocês neste mundo" e então o senhor se virou de costas e se afastou, guiando seu grupo para um caminho subterraneo dentro da caverna logo a frente.

"Boa sorte garotos...boa sorte" disse o médico, um tanto hesitante, ao se afastar.
Os dois irmãos estavam sozinhos mas tinham um destino. Pegaram o jipe e seguiram pelo deserto, para o norte.

...

Os dois jovens atravessam o deserto cinza com o jipe...era um nome peculiar: a areia realmente era algo parecido com cinzas, sendo muito fácil levantar a poeira pelo ar. Aquilo incomodava os narizes dos irmãos, mas após algum tempo se acostumaram.

Depois de uma meia-hora seguindo praticamente em linha reta numa parte mais aplainada do deserto, Alexander estava com uma mão no volante e outra fuçando no que teria sido um rádio.

"Então, deixa eu ver se entendi. Nós caimos naquela porta, viajamos no tempo, estamos envolvidos ao grupo que traz uma ditadura, vimos monstros e zumbis e somos a salvação da humanidade...perdi algo?" ironizava Alex

"Acho que mais nada. É...estranho, não parece um sonho, nem uma histeria ou insanidade coletiva. Estamos acordados..." Acaiah estava com um olhar distante.

"É uma droga mesmo..." e então os irmãos ficaram em silêncio durante várias horas da viagem. Estavam perdidos em próprios questionamentos, lembranças e medos.

...

Era colossal. Irreal. Inexplicavél.
Estavam a mais ou menos 5km de Parnaq, pelo menos era isso que indicava o mapa. Mas se Parnaq era aquilo, então foi dificil para os irmãos associarem a construção com a metropole indicada ali.

Uma gigantesca formação de rocha (aparentemente natural, não era algo entalhado) flutuava, e acima dela ficava uma cupula, e dentro da cupula prédios e arranha-céus. Era Parnaq, a metrópole dos séculos.
A sombra da cidade flutuante projetava quilometros de escuridão abaixo dela.

Começaram a adentrar na escuridão, pois o mapa continha anotações para que fizessem isso. Alexander já ficava inquieto, resmungando e até mesmo questionando se o tal Chefe os mandou para a morte. Alex ligou o farol do jipe, e então notaram que a areia cinzenta começava a sumir e o chão ficava mais plano. Viam vultos do que poderiam ser construções dentro da sombra.

A escuridão parecia até engolir os sons do carro, da respiração pesada e medrosa de Acaiah, e quase engoliu os tiros de metralhadora. As boas-vindas caóticas deste futuro já estavam quase se tornando comuns. Quase.

O pequeno clarão de balas sendo disparadas ficava cada vez maior, indicando mais de uma arma sendo disparada. Duas, tres, quatro talvez.
Alex puxou o revolver que tinha pego com Jeremy, enquanto Acaiah se abaixou e ficou embaixo do banco.

O irmão mais velho nunca foi um atirador profissional, talvez um amador com potencial, mas no escuro era o mesmo que nada. Disparou incessantemente até acabar o primeiro cartucho, se abaixou para pegar outro, mas estava tão suprimido pelos tiros que não conseguiu levantar de volta para atirar.

Os sons de tiros cessaram.

Alex e Acaiah ergueram a cabeça para encontrar um homem parado encima do capô do jipe. Usava capuz e uma máscara negra: não era uma máscara para não respirar aquele ar, nem uma armadura, era um símbolo, o símbolo de uma fera que havia sido encontrada, caçada, dominada e aprisionada naquela máscara.
Seu manto negro ondulava junto com a escuridão como se ambos fossem a mesma coisa, e ao mesmo tempo a própria escuridão passava pela capa como o vento infla a vela de um navio.

Sem se virar, encarando o lado direito dos irmãos, encarando o nada, ergueu o braço esquerdo e tirou do manto um revólver. Possuia detalhes esverdeados, e tamanho enorme em comparação a uma desert eagle ou qualquer outro revólver conhecido por Alex.
Atirou a esmo quatro vezes.

Quatro gritos abafados de dor, quatro sons abafados de corpos caindo, quatro mortes.

O homem de máscara se virou para os irmãos e ainda encima do capô do jipe, guardou o revolver e deu uma risada curta e simpática
"Bem vindos a baixa Parnaq. São os convidadsos especiais do Chefe" disse ele erguendo os braços, num gesto de boas vindas. Se virou e gritou a uma dúzia de homens que havia se aproximado
"Liguem as luzes! Código 1 ativado!"

Refletores colossais foram ligados, iluminando uma cidade feita de escombros, gente esfarrapada, e homens maltrapilhos com armas, agindo como soldados do homem-de-máscara.

...

O homem-de-máscara os levou a uma construção cinza, provavelmente era um edificio antigo, e servia como QG.
"Baixa Parnaq: poucos recursos, pouca vida, pouca luz, pouca energia, pouca comida, mas muito de coração" ironizava o mascarado "Meu nome é Dareq, quero saber o de vocês em breve"

Alex estava pronto para sacar seu revolver a qualquer instante e atacar o tal Dareq, não se sentia a vontade ali. Acaiah somente estava morrendo de medo, seguindo o seu irmão, não o mascarado, pelos corredores do edificio.
Entraram em uma sala pequena. Devia ter sido o gabinete de um importante empresário. Dareq sentou-se em frente da escrivaninha, numa poltrona alta, enquanto os gemeos sentavam-se do lado contrário em bancos simples de madeira.

"Vivemos aqui nessas sombras faz já alguns anos. Nada é fácil, mas estamos conseguindo" disse Dareq com uma voz simpática que contrastava com a forma grotesca e sombria da máscara.

"Se lembram da ultima guerra que ocorreu? Digo, que ocorreu na época de vocês" questionava o mascarado

"Mas o que interessa a..." Alex foi interropido por um gesto brusco de Dareq com a mão direita, negra como a máscara.

"Me interessa saber o quanto terei que explicar para que entendam o que aconteceu com o mundo..."

"As guerras terramórficas" disse Acaiah bruscamente, mas com uma voz tão baixa que mais parecia que tinha dito isso a si mesmo.

"Isso! Mais precisamente a terceira não é? A que trouxe a nova estruturação geologica de nosso mundo. É ai onde posso começar a explicar..."

Fim do 1o Ato


Última edição por isaac-sky em Qui Fev 07, 2013 5:08 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por isaac-sky Qui Out 25, 2012 4:13 pm

2o Ato - Eu morri ali


"Nunca me disseram como fugir.
Eu estava ali.
Eu estava ali.
Morri sem ver o que morreu.
Lutei sem ter o que prometeu.
Chorei sem ver quem me perdeu.
Eu estava ali.
Eu estava ali."
Kirk Luther, cantor de Rock


Eram agora seis sobreviventes: Olaf, Frank, Mya, James, Marah e Lianna.

Marah e Lianna eram irmãs, com uma diferença de apenas dois anos, as duas tinham cabelos loiros e olhos azuis. Marah, a mais velha era com certeza mais corajosa que a irmã mais nova, sendo ela sempre quem tomava a dianteira do grupo quando necessário e se oferecia para os turnos de vigia 'noturna'

Desde a saída de Babel, o grupo prosseguiu pelos esgotos subterraneos durante dois dias.
Estavam exaustos psicologicamente e fisicamente. A comida havia acabado e o cheiro era insuportável (o do esgoto e o cheiro deles mesmos).

"Me sinto mais suja que...que..." resmungava Lianna, bem no meio da fila indiana.
"Melhor não terminar a frase, a Mya pode ouvir. Esse pessoal conservador. Hahahah" brincava o grandalhão James, logo interrompido pela asiática Mya, com um cutucão em seu braço direito.

Mya era a garota mais jovem do grupo, tinha uns 15 ou 16 anos. O resto estava na média dos 18 - 20 anos. Uma garota timida que falava muito pouco, mas se ofendia com facilidade.

Frank estava silencioso e com o olhar distante. A morte de sua namorada o mudou completamente, quase fazendo Olaf esquecer o pequeno amigo de riso fácil.

Marah seguia na dianteira do grupo ao lado de Olaf. A garota as vezes parecia ser corajosa a ponto de ser tola, correndo ansiosamente na frente e se arriscando nas falhas das construções e constantes buracos que surgiam do chão.
Volta e meia Olaf precisava segurar a garota pelos ombros ou pela mão para que não seguisse na frente. Era quase infantil (mas a bela Marah não parecia reclamar muito desse 'cuidado').

Olaf estava atento no caminho e no mapa que usavam (apesar de surrado e velho, era a única coisa que os impedia de se perder naquele labirinto de corredores e 'riachos' de água enegrecida. Haviam o conseguido com o corpo de um viajante perdido...o mapa não passava muita confiança afinal.

"E ai? Estamos chegando? Tá escuro lá na frente. Acha que estamos já fora dos arredores da cidade? A energia não deve chegar ali..." dizia Marah sem respirar enquanto Olaf permanecia silencioso.

"Lanternas. Quantas temos?" perguntou Frank, quebrando seu silencio enlutado

"Pegamos uma para cada, mas acho que...uma está sobrando" disse James, se lembrando amargamente da amiga morta.

"Então guarde a lanterna e a bateria. Vamos ir pelo escuro agora" disse Olaf.

Após ligarem as lanternas, prosseguiram pelo estreito e longo corredor.
Mya não reclamava, mas o ferimento nas suas costas era incomodo, mesmo estando limpo e os pontos feitos por Lianna, a garota não conseguia se mover sem sentir dor.
James a ergueu e colocou em suas costas. Ela arriscou uma reclamação, mas o grandalhão simplesmente a ignorou. Veio em boa hora.

...

Os corredores escuros pressionavam o grupo de forma assustadora. Era como se fossem pisados por um monstro gigante lentamente, sufocando e abafando todo e qualquer som. Olaf notou que uma névoa enegrecia se formava abaixo de seus pés, mas preferiu se calar e apressar o grupo.
Neste momento nem mesmo a corajosa Lianna parecia animada em seguir na frente.

Todos pararam ao ouvir sons de disparos e um ganido agudo. Prosseguiram mais rapidamente e viraram a direita, pois acreditavam que os sons de disparos vinham dali.

"Acho que deviamos tentar...uou!"Frank se interrompeu quando viu um cadáver de zumbi a sua frente. Uma grande massa negra estava de costas para o grupo e os disparos se repetiram.

Olaf viu que um dos corpos a sua frente era de um ser humano, e ao procurar em seus bolos encontrou um revolver. Abriu o tambor da arma para verificar o numero de balas.

"Ótimo! Todo mundo! Corram lá pra frente quando eu mandar!" disse o garoto enquanto disparava e empurrava a besta de dois metros com seu ombro esquerdo.
"Agora!!!"

E todos os outros cinco correram em disparada para frente, desviando da fera caida. Olaf atirou mais duas vezes e seguiu correndo com seus companheiros, acreditando ter matado a besta.

Encontraram uma mulher ferida encostada na escada de ferro, ruiva e de aparencia militar, ela estava ofegante enquanto tentava puxar o pino do rifle.
Assim que ela o fez, apontou para Olaf. O garoto estancou de susto e quase caiu quando ela disparou.

O tiro acertou em cheio a besta que estava para abocanhar a garganta de Olaf.

"Me agradece depois" disse a mulher e logo depois cuspiu sangue para o lado.

...

"Carter! Temos visita" disse a mulher ruiva, mancando por conta do ferimento eu sua perna esquerda.

"Lorian sua maluca! Como você anda por ai com a perna desse jeito? Eu não te falei que o ferimento ia abrir?" disse Carter, um médico militar, ao tomar Lorian nos braços.

"Os...garotos. Eles precisam falar com o Jonah" disse ela, um tanto irritada.

"Sim sim, assim que ele voltar de lá. Parece que o maluco do tanque apareceu de novo" praguejou Carter.

O bunker era enorme e lotado de suprimentos, deixando o grupo de sobreviventes boquiabertos. Haviam encontrado uma mina de ouro.

"Fiquem aqui embaixo por favor. Jonah vai gostar de ve-los, civis são bem raros por aqui. Ainda mais tão jovens" comentou o grisalho Carter ao subir um lance de escadas.

"Uau! Quem diria! Na metade do caminho encontramos isso aqui" exclamou Lianna
"Mas é bem perto daquelas coisas" reclamou Mya
"Haha, pode deixar que estamos bem agora" disse James.
Frank ficou sentado em silêncio, cabisbaixo.
"Cade o Olaf?" perguntou Marah.

Olaf Phoenix seguiu pela escadaria logo depois e subiu um lance a mais do que o médico Carter, furtivamente passando pelo andar em que ele parou e deitou Lorien na maca.
Despercebido, chegou até o último lance de escadas em espiral, e ao abrir a porta viu uma série de militares com os rifles apontados para o lado de fora do bunker. Mas um deles estava com um binóculo e um megafone, além de usar um chapéu de cowboy.

"Já disse Jack! Não vamos entregar o bunker! Volte pra casa nessa tranqueira logo!"

"Hahahaha! Vou explodir você e seus amigos, seu velho idiota!" gritava no megafone um homem vestido em farrapos, encima de um antigo tanque de guerra Lycan-13, que apontava para o bunker.

Olaf deu alguns passos e observou o tanque com atenção. Não notou que um dos militares gritava para ele
"Quem é você garoto? O que faz aqui?" dizia o militar apontado agora o rifle para ele.

Phoenix ergueu os braços e calmamente disse
"Sou Olaf Phoenix e se são do exército, sabem quem era meu pai...cheguei com um grupo de sobreviventes agora pouco e...esse tanque não vai atirar nunca. Tá vendo aquele cilindro branco perto da entrada de cima? Está vazio. Ele não tem plasma pra disparar"

"É um especialista garoto? Seu pai te ensinou como carregar tanques também? Se aquele traidor..."

"Chega Mark! O garoto tem razão. Essas máquinas são mais antigas do que eu, mas se tem alguém que entende delas são os Phoenix" disse Jonah interrompendo o soldado e em seguida ligou o megafone novamente "Jack! Vamos disparar em você em dez segundos se você não der meia volta!"

Jonah ordenou que seus homens somente dessem tiros de aviso. E assim o fizeram depois de contar até dez.
Desesperado, Jack o louco, entrou no tanque e fugiu com ele rumo aos campos cinzentos que restaram das velhas fazendas.

"Parabéns Phoenix. Bem vindo a Armada Cinza. Está preso" disse Jonah ao colocar algemas em Olaf.

...

Dia 5. Continuamos pelos túneis..." Olaf reportava em seu celular e contava o que havia acontecido até aquele momento. "...e então me prenderam sei lá porque. Não confiscaram minhas coisas, mas aqui nessa cela, pareço estar preso em uma caixa de metal. Um enlatado. Quero sair daqui...sinto saudades de Lilith, de meus pais, minha irmãzinha...mas ainda tenho um longo caminho pela frente..."

'Enviado p/ desconhecido' era a mensagem que aparecia em seu celular logo antes dele adormecer ali mesmo, sentado no chão gelado de metal.

Fim do 2o Ato.
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