Heaven Empire
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Desafio Literário #3

4 participantes

Ir para baixo

Desafio Literário #3 Empty Desafio Literário #3

Mensagem por isaac-sky Sáb maio 09, 2015 11:44 am

Bem-vindos, escritores do paraíso (hue)! Mais um desafio literário na área, dessa vez escolhido o tema através de suas votações.

E o vencedor é...

Frio e Calor!

Desafio Literário #3 Latest?cb=20130728171452

"Dois oponentes. Dois reinos. Duas forças opostas. Fogo e gelo. Frio e Calor.

O que acontece quando duas forças opostas batalham?"

Podem escrever! Poesia! Conto! Cordel!

Vai que é sua!!!
isaac-sky
isaac-sky
Guarda Real

Data de inscrição : 21/10/2011
Idade : 30
Localização : Entre Nárnia e a Terra Média
Emprego/lazer : Dominar o mundo/ RPG/ SKA

O que sou
Raça: Humano
Classe: Ninja

http://www.skyisaac.wordpress.com

Ir para o topo Ir para baixo

Desafio Literário #3 Empty Re: Desafio Literário #3

Mensagem por Aleleeh Seg maio 11, 2015 12:57 am

Assim que me olhei no espelho,
eu soube.
Senti - em mim - algo,
em que nos outros não se pode ver.
Uma coisa inédita,
como uma dor que não se sabe onde
lateja, mas que existe.

A exatidão das coisas,
esse calor descontente
que insiste em tomar o quarto,
esse armário sóbrio que se coloca
ao lado da cama,
já não sabem existir.

Mas a imediata coisa nova,
essa que nasceu dentro de algum lugar
que não se chama mais casa,
mas que se chama o corpo invisível,
pertence à mim.
Sim, ela existe
e por existir, tenta gritar
e por gritar, tenta ser,
e por ser, ela é!
Ela é!

Em que momento ela tomou
para si essa existência
incorpórea
e se tornou uma atitude vivaz?
A coisa viva é como um coração
que bate fora do corpo.

Fora da caixa toráxica, os pulmões
irmãos sozinhos
esqueceram como é sentí-lo
bombear.

Olhando melhor, ela também já
não sabe bombear da maneira
que esses outros corações
fazem.
Já não precisa do frio,
nem do calor das entranhas,
porque existir é além de respirar,
é além de bater,

sempre uma coisa além.
O espelho não sabe também.
Nesse instante, nada conhece
sua própria existência,
senão a sua forma.

Existir era ela
Esse momento entre dois sentidos
opostos
formaram o que ela
fingiu não ser.

Mas, agora,
olhando para o espelho,
o meu reflexo que não se mostra.
Revela uma outra coisa
e essa coisa é o coração
que bate fora do corpo,
e essa alma que vive fora da mente
e essa mente que vive fora de si mesma
mas que se encontra
e volta a se olhar porque se reconhece.

O abandono da própria carne,
para ser outra.
A deixa para subir no lugar onde não
conseguia
e pela primeira vez
ver com meus novos olhos virgens,
minhas mãos virgens,
que nunca escreveram um poema.

Agora sou uma enorme coisa,
um órgão exposto e sensível
que conhece pela primeira vez
a sensação estranha de escrever algo
maior que a própria coisa.

Maior que as estações
e essa pele,
que já não se arrepia com o sopro gelado,
mas o sente tanto arrepiado quanto todas
as outras sensações que
o vento faz soprar.

Essas minhas mãos...
Essa eu...
já não sabem
não ser o que são.
Aleleeh
Aleleeh
Imperatriz de Jade

Data de inscrição : 22/12/2012
Idade : 28
Localização : Sampa - SP
Emprego/lazer : Designer de Interiores e Artista

O que sou
Raça: Fada
Classe: Samurai

Ir para o topo Ir para baixo

Desafio Literário #3 Empty Querido Aolias

Mensagem por Yoru Qui maio 14, 2015 11:38 pm

Querido Aolias,

Dias atrás você partiu com seu exército, e como temia, essa batalha estava marcada para ser mais longa e dificultosa do que todas as outras que enfrentaste até aqui. Da mesma forma como tentei convencer-lhe na nossa última noite, reitero aqui o desejo por tua companhia. Sei que és um guerreiro e tua honra vale mais que teus amores, quem não admite isso se engana; e que a peleja é o maior dos deleites para os homens. É isso que os faz viver tão pouco. Pois nem como sua mulher pude lhe conquistar, apenas tive alegria em ti. Uma felicidade muito forte e passageira como seu espírito de heroi. Porém sei que foi verdadeiro para ti também, sei que me amas e que queria dizer-me, mesmo contra a vontade do seu deus.

Continuarei a ser sincera, já que gosta disso em mim. Logo, falarei mais sobre esse teu deus, que é ciumento e cruel. Por causa dele tu nunca fostes totalmente meu, por culpa dele quase mataste a mim. Sob uma estrela dourada seus companheiros de guerra chegaram em minha terra passando tocha e espada naqueles que nem conheciam este seu "Homem no Céu", o homem que todos vocês conhecem sem vê-lo trouxe a morte e a desolação àqueles que moravam ou inda tentam viver aqui. E tu insiste em dizer que ele representa a vida?! Sei que já discutimos isso milhares de vezes e que concordamos em abandonarmos a prática de provocar as crenças um do outro. Acontece que sempre odiei esta pessoa, ou divindade, tanto faz, de que tanto me falaste bem. Como pode ser vida, cura ou salvação depois de tudo o que fazem segundo a vontade dele? Como pode germinar amor seguido de tanto ódio plantado na ponta da faca e regado a banhos de sangue?

Perdoo tudo o que me causaram. Desde quando bebestes de minha fonte sagrada sem ser digno, inclusive tua espada incandescente no meu pescoço, teus insultos e tuas acusações, tua discriminação e teu preconceito contra meu povo. Suportei até mesmo quando nosso sentimento era claro como águas cristalinas e tu o negaste proferindo que eu era tua vergonha, desejando que, de modo algum, queria ter me conhecido ou desobedecido as leis da tua ordem; leis que só me reservam a condenação. Aceitei este fim depois que prometeu não me ver mais e mandar seus irmãos para destruírem minha morada, o lugar que jurei proteger. Meu templo. Perdão que veio imediato com teu retorno, não com um batalhão armado para acabar comigo, só você.

Mas minha felicidade foi novamente abalada. Haviam novas guerras a travar, proclamação da paz segundo você, já eu sabia que levariam mais sofrimento a outra nação. Detesto o fato de ter sido incapaz de convencê-lo, principalmente nas decisões em que colocava a própria segurança em risco. Seu senso de dever o obrigava a apostar continuamente na morte como ponto alto da carreira, enquanto a minha concepção de dever pedia que eu vivesse para cumpri-lo. Ao menos compartilhamos o suficiente para nos mantermos em contato. Seu sistema de pássaros mensageiros era incrível, e você havia aprendido rapidamente nossas runas de lua secretas. A mensagem codificada poderia ter sido abandonada uma vez que sua ave veloz e esperta nunca fora abatida ou seguida, mas como tu mesmo disseste, o romance da leitura à luz da lua é maior e mais mágico do que a simples tinta negra.

Ao ler que poderia voltar a me ver, comecei a contar as noites. Treinei incessantemente tuas técnicas com fogo, para quem sabe preparar uma refeição apetitosa, que é o costume de suas mulheres. Reconheci que estava tudo bem em confiar tal tarefa a ti que a fazia tão bem, e que eu era melhor na caça, especialmente a pesca, do que você; jamais entendi por que os outros homens ririam de nossa relação e o tornariam motivo de chacota. Notando que suas cartas cessaram e seu mensageiro alado não voltava, a angústia me dominou, e um medo estranho aumentava durante a espera. Temi que tivesse me abandonado, que tivesse arranjado outra mais adequada, talvez uma donzela da nobreza. Como fui egoísta. Assim que aprendi o que era ter ciúmes, sofrendo.

Seu retorno foi tão surpreendente quanto suas novas e brutais cicatrizes de batalha. Sabendo da história com o dragão, fiquei grata pelo calor que residia na sua lâmina abençoada. E nunca me senti tão útil ao sarar suas queimaduras. Completamente contente por tê-lo de volta, inocentemente perguntei se agora que era um guerreiro lendário, um matador de dragões, o teria para mim. Como fui tola. Me enfureceu contando que o convocavam para dar cabo de outros dragões, e tu sabias que seria assim.

Rejeitei a ideia de tê-lo longe de novo, quis ser surda as tuas razões. Ainda assim fui convencida outra vez por seu chamado. No entanto, ficar apenas à espera me enlouquecia, queria ajudar. Não poderia sair, mas meu cavaleiro poderia atrair o dragão em cima de seu cavalo. Juntos nós o derrotaríamos. Orgulhoso, negou-me esse direito, alegando que outros guerreiros estariam na caçada e descobririam meu lar com essa artimanha; explicando que com duas asas os lagartos cuspidores de fogo superavam em muito os animais de quatro patas, nem mesmo a montaria mais rápida escaparia dum mero sopro de chamas. Posteriormente assim que pediu frascos de minha água restauradora, despertou em mim outra ideia. Se uma arma era imbuída com brasa das fortes orações talhadas por seus clérigos armeiros, então as runas de proteção e cura de meu povo do lago também poderiam ajudar em algo.

Nos despedindo novamente, me sentia mais segura. Um hábil paladino armado com um sabre de chama divina e um escudo de fonte transbordante galopava em seu cavalo de guerra. Prometeu-me que a águia que lhe seguia voltaria com notícias suas.

Ele não mentiu, não errou.

Três noites depois as recebi. Pela primeira vez abandonei meu templo das águas, minha lagoa. Parti numa viagem guiada pela ave que voavam em círculos e me chamava, a cada noite reli a carta. Como detesto essa tinta escura, que só trazem palavras escuras.

Hoje estou aqui novamente contigo. Teu exército abandonaste tanto a ti quanto a tua espada e teu escudo, teria os matado se tivessem-no roubado. Aqui só estamos eu e teu pássaro, o cavalo tu levou. A carta era para teus pais e familiares, seu pássaro se acostumou a trocar as mensagens entre nós, muito bem feito.

Odeio ter me apaixonado por ti, cavaleiro templário. Desde o início me julgastes como uma aberração, algo que não veio do seu criador. Conhecendo-me, percebeu que isso estava errado e que obviamente havia um criador para toda a criação. Deteste ter amado alguém com tantas batalhas a travar sendo tão mortal.

Quero que volte como sempre fez. Ignore sua existência carnal e volte para mim como acontece com minha espécie. Se os humanos alegam ser os únicos dotados de espírito, que se renove e reapareça nesse mundo.

Ao meu guerreiro sagrado deixo esta mensagem, não no frágil papel, mas sim na pedra de tua lápide. Espero que voltes e leia estas runas. Estarei no meu lago, no nosso lago. Nenhum outro homem terá o direito de tomar daquela fonte. Os exércitos que invadirem nosso território e nos ameaçarem terão seus rios e sua chuva envenenada por minhas maldições.

Nós náiades escolhemos o momento de partir, ao sentir que nossas águas se tornaram impuras e o fluxo da vida pode nos levar para outra nascente mística. Deste cálice não beberei. Enfrentarei a eternidade por ti. Retornarei a nosso lagoa e esperarei por meu querido Aolias.

Até a próxima noite,
Izila.
Yoru
Yoru
Iniciante

Data de inscrição : 05/05/2012
Idade : 30
Localização : São Vicente
Emprego/lazer : Programador de Sistemas/Aspirações: Literatura, Arte e Games

O que sou
Raça: Humano
Classe: Ladino

Ir para o topo Ir para baixo

Desafio Literário #3 Empty Re: Desafio Literário #3

Mensagem por isaac-sky Seg maio 18, 2015 6:16 pm

Antípoda

Sobre o lago de gelo
Fogo em suas mãos
E o frio invernal de seu irmão.

"Isto termina aqui"
Gritou o fogo
"Hoje é o fim"
Respondeu o gelo.

Uma guerra que ceifara tudo
Quando fogo e gelo batalhavam
A terra sofria
Homens e mulheres morriam
Nada restava na Guerra da Antípoda.

Do punho de fogo
Emanavam os vulcões do leste
O calor do sul
E o valor das estrelas.
Mas igualmente poderoso era seu irmão
Um punho de inverno
As roupas antárticas
E o desespero do espaço sideral.

Correram
E trocaram socos.
O lago se tornou líquido
E evaporou em segundos.
A cada novo soco
Um deserto se formava.

Quando exauriam suas forças
Nada restara
Nem lago
Nem floresta
Nenhuma vida
Apenas morte
Pois de seu conflito
Por lutar nada restava.

isaac-sky
isaac-sky
Guarda Real

Data de inscrição : 21/10/2011
Idade : 30
Localização : Entre Nárnia e a Terra Média
Emprego/lazer : Dominar o mundo/ RPG/ SKA

O que sou
Raça: Humano
Classe: Ninja

http://www.skyisaac.wordpress.com

Ir para o topo Ir para baixo

Desafio Literário #3 Empty Re: Desafio Literário #3

Mensagem por ritter Seg maio 18, 2015 6:53 pm

O tolo

Tolo é aquele
Que uma vez disse
Que para se amar
Deves ser igual.

Igualdade é chatice,
Experimentar os mesmos tons
Mesmos sabores, mesmas cores
Nada novo pra sentir?

Inteligente é aquele
Que ama o oposto
Que completa o outro
E completo se sente também.
ritter
ritter
Iniciante

Data de inscrição : 23/06/2014
Idade : 29
Localização : Brasil, São Paulo

O que sou
Raça: Humano
Classe: Plebeu

Ir para o topo Ir para baixo

Desafio Literário #3 Empty Re: Desafio Literário #3

Mensagem por isaac-sky Ter maio 19, 2015 8:24 pm

Acabou! Passa a régua!
isaac-sky
isaac-sky
Guarda Real

Data de inscrição : 21/10/2011
Idade : 30
Localização : Entre Nárnia e a Terra Média
Emprego/lazer : Dominar o mundo/ RPG/ SKA

O que sou
Raça: Humano
Classe: Ninja

http://www.skyisaac.wordpress.com

Ir para o topo Ir para baixo

Desafio Literário #3 Empty Re: Desafio Literário #3

Mensagem por Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos