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A canção do Rouxinol

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Mensagem por Aleleeh Sex Abr 10, 2020 1:16 am

PRÓLOGO
ANO 1113 DA ERA HIKARI – 1420 DO REINADO


Shin’Yumeng está agitada com o início do Festival da Colheita, em sua primeira edição. Tamu-ra comemora a primeira colheita em 96% dos campos de arroz e vegetais pela primeira vez desde o início da Era Pós-Tormenta em uma Tamu-ra reformulada.
Nem sempre foi assim. No passado, a capital era um local de pesca abundante, palácios suntuosos e cidades cheias de vida. Hoje, toda essa área está rubra do sangue da tempestade aberrante da Tormenta que, mesmo tendo partido após a grande batalha dos deuses e homens contra o Lorde da Tormenta, continua sendo um local assombroso, pútrido, alienígena. A antiga capital e suas cidades vizinhas possuem agora uma arquitetura que não pode ser imaginada por nenhum Artoniano, e tudo que pode ser vislumbrado é a morte, o cheiro nojento de corpos queimados, partes dilaceradas e estruturas de ossos e órgãos gigantes que não fazem sentido. Toda a beleza e pureza da natureza foi corrompida, ao que tudo indica, para sempre.
A nova capital, Shinkyo (Shin’Yumeng) é lar de muitas pessoas, inclusive estrangeiros do Reinado que cooperam com a reconstrução ou sonham com aventuras e tesouros. O líder desse novo império que nasce das cinzas de uma destruição sem igual é a autoproclamada reencarnação de Tekametsu. A história conta que o próprio deus Lin-Wu como Tekametsu se sacrificou na última batalha, morrendo assim em prol de seu povo de forma honrosa. Agora, o novo imperador cujo rosto é desconhecido de todos comanda com bom coração, embora toda a narrativa seja permeada de mistérios e segredos.
Embora a triste marca de Kiri’Kizu e da área evocar lembranças terríveis, o povo tamuraniano enfrenta horrores desde sempre e se reergue em novas cidades, portos e vilarejos, mantendo o espírito do povo perseverante e honrando sua história. Tão importante quanto o passado mantido em gravuras, tecidos ou festivais é criar o futuro para a nova história se concretizar. É por isso que a Era Hikari chama-se assim: luz. Luz que projeta as sombras para longe e evoca o espírito de prosseguir adiante.

Apesar dos tempos de paz, onde quer que existam seres – não necessariamente humanos – há conflitos, pesares, tristeza e desolação. Para tempos como esse é que existe o Shin’rang: uma ordem plural para resolver os milhares de problemas por todas as províncias de Tamu-ra e garantir que as ordens do Imperador sejam realizadas e impedimentos resolvidos. Uma pequena taxa desses serviços são entesourados para a manutenção da capital e o restante dos ganhos são pelo merecimento de cada membro da Shin’rang, que recebem um auxílio para arriscarem suas vidas. As famílias dos falecidos também recebem parte do despojo como uma seguridade.  
Os líderes da Shin’rang escolhem 15 pessoas bienalmente para comporem os esquadrões. Os que sobrevivem aos dois anos podem subir para líderes de esquadrões e ganham a possibilidade de escolher suas missões.
A Shin’rang possui uma ligação com o palácio real, sendo parcialmente financiada pelo tesouro do próprio imperador. Pelo menos essa é a informação difundida entre os integrantes. O atual líder da Shin’rang é Nam-Woo, um nobre e residente do Palácio do Imperador.


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A canção do Rouxinol Imagem10



O Festival da Colheita


As luzes por toda a capital estão acesas no fim da tarde. O fogo crepitando entre folhas sedosas de papel washi refletem luzes variadas em tons de vermelho, verde e tons azulados. As barracas com mercadorias e alimentos preenchem o centro da capital em círculos concomitantes, fazendo ruas que se encontram e se desfazem conforme a necessidade do comércio local. Lojas, casas de banho, peixarias, restaurantes, todos apinhados de moradores e estrangeiros; o povo local pinta os batentes e umbrais das portas com uma tinta branca puríssima e pequenos origamis de dragão são dependurados nas entradas entre finas sedas comemorativas.
As crianças correm descalças, sentindo o chão de terra batida e as pequenas estradas de pedras lisas e acinzentadas.
O palácio de madeira nobre, pedra e batentes gigantes está iluminado por luzes brancas que refletem no dourado de suas colunas geométricas. Os papéis washi e sedas reais escorrem pelas janelinhas quadradas, e tudo o que se pode ver do Palácio – tudo aquilo que os civis conseguem ver do lado de fora – parece festivo, harmonioso e brilhante.
Do Jardim Proibido, uma moça acompanhada de gigantes tochas em formato de dragão senta ao ar livre, recostada em um banco desenhado especialmente para seu corpo esguio. Os panos de suas vestes descansam sobre a estrutura, enormes e levíssimas peças que ora escondem, ora revelam algo encantador no formato de suas mãos ou pescoço. Com graciosidade, permanece sentada olhando para o céu que começa a estrelar. Pode ouvir o som da festa, o barulho da conversa e a efusividade das crianças de longe, num som abafado enquanto respira profunda e preocupadamente. “Não era para ser assim”, pensa, deixando a cabeça pesar para o lado. Ao suspirar, se dá conta da presença do Rouxinol, seu visitante:

— Aqui outra vez? Já está de noite, recolha-se para seu ninho e deixe a noite para os seres que dela podem tirar vantagem.
O Rouxinol não responde mas algo em seu olhar a mantém inquieta.

Jigoku atravessa o portal de madeira maciça, começando a cruzar a estrada de pedrinhas até Sooyah:

— O jantar foi servido em todas os palácios menores. Não jantará essa noite, Favorecida?
Ela se limita a um olhar inexpressivo:

— Não tenho fome.
— Os pratos preferidos da Favorecida foram preparados com maestria. Esqueça o que lhe aflige e, só por hoje, permita-se banquetear sem pensar em nada.
— É isso o que têm feito, Jigoku?
— Sou um homem prático. O que não posso resolver de imediato pode aguardar. - ele sorri um sorriso complacente. - Este é o seu visitante habitual?
— É a primeira vez que aparece de noite, porém, tenho certeza que é ele. A penugem que me chamou atenção tem esse roxo tão profundo que as tintas reais não conseguem reproduzir. - ela balança a longa manga, puxando o corpo para encostar mais na cadeira.
— Parece ter gostado de sua companhia.
— Duvido que goste. Ele não tem escolha, assim como eu e você… - seu semblante fica sério e pesaroso – e o Imperador. Nesse momento não temos escolha, tudo que podemos fazer é nos limitar a ver o que deve ser visto e aguardar. - ela vira o rosto, olhando para as costas de Jigoku que avançou até o centro da área de observação privilegiada do jardim central. - Não veio até aqui para me oferecer comida, não é?
— É por isso que és a Favorecida. - o homem segura ambas as mãos atrás do corpo – Ela está pronta e Nam-Woo disse que pode contornar o problema. Assim que ordenar, executaremos o plano.

Levantando de seu banco, Sooyah começa a andar para perto da mesa de apoio, servindo-se de uma dose de sakê adocicado:

— Sim, essa é a noite. Amanhã de manhã quando o sol estiver levantado no céu, mas ainda antes de encontrar o centro do firmamento, envie tudo. - Jigoku virou-se, curvou em 90º e se retirou a passos decididos. A Favorecida do Império trocou um olhar triste com o Rouxinol que, agora, se aproximara até a pérgola de ameixas – E você também, faça a sua parte nesse enredo.
O pássaro empoleirou e fechou os olhos, deixando a mulher sozinha outra vez.



****

Logo de manhã, Nam-Woo caminha pelo prédio da Shin’rang. O mensageiro é um garoto jovem, não mais de 12 anos. Ele deposita a carta com o selo do Imperador em sua mesa, meneando a cabeça e saindo com o sinal de afirmação de Nam-Woo. Ele já conhece o conteúdo da carta, mas, mesmo assim, abre com uma navalha delicada, guardando o selo com cuidado. Lê as palavras e com a mesma naturalidade do início, deposita a carta no fogareiro recém-aceso. O velho sai de sua sala, dirige-se para o superintendente Henmu e troca um olhar significativo antes de dar claras instruções para seu alto funcionário, dispensando-o.
Henmu sai pelo portão leste, os resquícios do primeiro dia de Festival e o movimento do segundo tomando as ruas. Suspira, temeroso, pela falta de membros. “Fiz meu melhor”, ele pensa, antes de sumir nas ruelas e feirinhas da capital.

****

Ser parte da Shin’rang é uma grande honra. Esta é uma das poucas instituições onde independente de sua origem – seja ela humilde ou nobre – suas habilidades é que contam. É também uma das poucas instituições financiadas diretamente pelo Império e que, apesar de sua humildade, representa uma das forças da nova Tamu-ra. Nos últimos quatro anos, a organização juntara por volta de 30 membros, dos quais você figura na lista como resultado da última prova nacional que os reuniu ali. Há meses vocês vêm trabalhando em missões de pequeno e médio porte, de forma independente. Porém, não são todos que tiveram a sorte – ou o destino – de retornar. Mesmo com o clima festivo, o último esquadrão não retornou nos últimos quatro meses. O destino não era tão longe que demorasse uma semana para alcançar e uma semana e meia para retornar. Os desfalques têm sido grandes e, pouco a pouco, a organização prepara novos testes e oportunidades para um ou dois felizardos que começam a fazer parte da Shin’rang.
Os dormitórios estão mais silenciosos, e os funcionários trocam olhares que denunciam suas preocupações. O único que parece manter a moral é Nam-Woo, mesmo que seja pouco visto nos andares baixos do prédio. O velho Vanara está sempre com um semblante sábio, como se não pudesse ser derrotado por ondas de pessimismo; em si, ele abarca esse espírito tamuraniano com maestria. Henmu, seu superintendente é o perfeito contraste. Um humano de semblante carregado, olheiras fundas de noites mal-dormidas. Foi de suas mãos que recebeu logo pela manhã uma convocação escrita a mão e portando o selo imperial, requisitando a formação de um novo esquadrão e a reunião será em poucos minutos.

Talvez você encontre algum Shin-warang (é assim que se chamam os escolhidos da Shin’rang) que já conheça – um vizinho de porta – ou alguém novo, verde e inexperiente ou desagradável. Tudo o que você pode torcer é que seu Esquadrão seja bom e que a missão traga bons frutos, já que o selo na carta indica que não é apenas um pedido, mas uma requisição patente do homem mais importante em Tamu-ra: o próprio Imperador.


Última edição por Aleleeh em Sex Abr 10, 2020 5:03 pm, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Stein Sex Abr 10, 2020 4:57 pm

Finalmenteeeeeee!!

Curti demais, bora colocar meu meio-demônio pra rodar devilsmile
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Mensagem por arcanjosna Ter Abr 28, 2020 1:41 pm

Estou igualmente pronto, XD
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Mensagem por Aleleeh Ter maio 12, 2020 1:11 am

Sopra um vento gélido no complexo do palácio. Seina levantou cedo como de costume e já está de pé aquecendo o arroz na panela dependurada sobre o buraco no piso. Ela não se incomoda com o frio, acostumada com a baixa temperatura típica da manhã. Na panela de vapor estão os vegetais e um bolinho recheado para o desjejum.
Enquanto deixa o tempo e o fogo preparando seu café da manhã, parte em sua caminhada matinal atrás de água gelada do poço. Com o balde nas mãos pensa no que precisa fazer hoje além de acordar a Favorecida e garantir que coma, beba e se troque. Têm sido difícil para a Favorecida realizar tarefas tão simples e Seina chega a sentir pena da nobre mulher.
Ela vê o único servo que acorda antes dela: Dal Pio, o responsável pelas tochas. Este a cumprimenta com um meneio e volta a apagar uma das grandes lâmpadas que restara acesa da noite anterior. A decoração do palácio está mais suntuosa que de costume graças ao Shukaku-sai, o Festival da Colheita.
Seina volta com o pesado balde, suspirando por não ter participado do primeiro dia de festividade. E é neste movimento que se dá conta que alguém falou com ela. A serva vira o corpo rapidamente, fitando o nada: o poço, o balde, as árvores e o caminho de pedra. E há um rouxinol pousado na beirada do poço. O rouxinol a encara e Seina sente-se subitamente sobressaltada com o olhar do pássaro, vacilando em segurar o balde. A voz ressoa do nada, aparentemente do poço ou do pássaro e chama claramente seu nome: Sei-na, com a separação da sílaba bem enfatizada. A mulher procura Dal Pio mas já não o enxerga nas redondezas. Ela tenta responder mas sente dificuldade em organizar as palavras. Tentar correr parece tolice, impossível. A voz é doce e triste, como um lamento. Fazia tempo que alguém não dizia seu nome com tanta emoção envolvida.
Não.
Ninguém nunca chamara Seina assim, embora o tom nostálgico a atingisse em cheio. O rouxinol abre o bico e começa a trinar cada vez mais alto e então Seina pode ver os fogos de verão, as crianças do vilarejo correndo com seus palitos com estrelas calorosas ao longe. O vento frio da manhã trazendo o cheiro silvestre das árvores que despertaram na madrugada. Tudo a acerta em cheio enquanto o rouxinol cai para dentro do poço como se tivessem acertado o seu frágil corpo com uma pedra de estilingue. Ela corre até o poço, gritando pelo pássaro, o som dos taikôs e de seu coração compassado e vê a criança sozinha, com os pés molhados. A mulher estica o braço, escorada no poço. Tenta alcançar a criança que, aos poucos, parece afundar mais na escuridão do poço. Quando está prestes a submergir, a infante sorri para Seina, satisfeita.

Seina desperta no silêncio de seu quarto, sentindo os dedos formigarem. Ela ouve o longínquo sino da Shin’rang soar e toma sua decisão, levantando atrasada de seu futon.


oºoºoºooºoºoºooºoºoºooºoºoºooºoºoºooºoºoºooºoºoºooºoºoºooºoºoºooºoºoºooºoºoºooºoºoºooºoºoºo


O mercado Chuushinbu levanta antes do sol, como a maioria dos trabalhadores de Tamu-ra.
Abrem-se feiras, estabelecimentos e todos os comerciantes se preparam para o início do expediente; um expediente ainda mais agitado graças ao Festival de três dias, sendo este o segundo raiar do Matsuri. Tendas com toldos vermelhos e verdes se espalham pela praça principal e os adornos são limpos na Ponte Katsubashi. Raquixás se posicionam, limpando as liteiras e polindo as enormes rodas do transporte. Lá embaixo, no porto Tsuki ainda há movimento: um porto que cessa as vendas por apenas três horas e funciona em turnos muito ordenados. Alguns comerciantes sobem com seus produtos recebidos no porto logo pela madrugada enquanto cozinheiros descem para comprar os primeiros e melhores ingredientes para seus restaurantes. Tamuranianos e Gaijins caminham enquanto o sol começa a se levantar, dizem as senhoras que soprado por Lin-Wu e inflado como vidro quente.

A oeste da agitada Chuushinbu fica o complexo do Palácio Imperial. Há pouco mais de dois anos construíram o palacete irmão onde vivem boa parte da linhagem nobre, os antigos clãs das famílias mais importantes de Tamu-ra. No jardim norte o prédio de três andares da Shin’rang está erguido próximo de um pequeno lago artificial, mudança recente na topografia dos jardins imperiais. Os dois prédios são como cristais ao redor da enorme esmeralda que é o Palácio Principal. O castelo interior possui tantas divisões quanto foram necessárias, construído para abarcar o Imperador, nobres e servidores reais e suas famílias. Apesar de sua aparente suntuosidade, os mais antigos dizem que sua beleza é incomparável com a estonteante beleza da antiga Cidade Imperial na capital conspurcada pelo Inferno Rubro.
O jardim ocidental dá para a floresta Hakakushi que se estende por quilômetros. A borda dessa floresta é bem cuidada pelos funcionários do palácio e patrulhada dia e noite. Dentro de Hakakushi também há locais de treinamento para os militares do palácio e, claro, os Shin-warangs. Sentais diferentes também já puderam treinar na floresta real, mas agora apenas os licenciados pela Shin’rang podem utilizar o espaço.

oºoºoºooºoºoºooºoºoºooºoºoºooºoºoºooºoºoºooºoºoºooºoºoºooºoºoºooºoºoºooºoºoºooºoºoºooºoºoºo


Ma-yeng, o serviçal, soa o sino cinco vezes no quintal esparso da Shin’rang a fim de despertar os residentes. Em seguida, o garoto hasteia solenemente a flâmula de Lin-Wu e do Império de Jade: um adornado emblema verde e dourado com um sol vermelho escamado como um dragão. O primeiro sino e saudações dão o início ao cotidiano dentro do palacete. A instituição possui horários um pouco flexíveis e uma disciplina mais branda se comparada com as forças militares do Império, já que possui membros muito ecléticos. Apesar disso, ainda é requerido um alto grau de disciplina e constância. Para os desonrados, é um caminho que pode proporcionar uma mudança em seu estigma social e para aqueles que desfrutam de honraria há aprimoramentos constantes em seu estilo de vida.
Os aposentos pessoais são pequenos e normalmente divididos com outro membro do mesmo sexo. Servidos de dois futons em cantos distintos, uma pequena janela, um armário de correr com divisória e um baú para cada cama. O simples da Shin’rang é requintado e harmonioso.

Meiko divide o quarto com Kanako, uma Tamuraniana de traços delicados e reservada. Há quatro meses aquele tem sido seu lar: os dormitórios da Shin’rang, no segundo andar.
Se a hanyô conversara com Kanako três vezes era muito desde que chegara na Shin’rang, já que costumeiramente a companheira de quarto desperta muito cedo e logo sai do quarto tão silenciosa quanto chegara. Diferente do normal, Kanako está acordada dobrando o futon muito silenciosa quando você desperta.

Kirisame atualmente está sozinho em seu aposento: o membro com quem dividia o quarto é um dos desaparecidos da última missão. O Sentai (ou esquadrão) Bamyô foi dado como desaparecido há menos de duas semanas após buscas e uma espera de meses. A manhã gelada e o ressoar do sino o desperta de mais um sonho ruim, em mais uma noite mal dormida.
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Mensagem por Stein Ter maio 12, 2020 12:29 pm

Levanto de mal-humor, saltando da cama com um grunhido irritado. Estico os membros num espreguiçar, a pele completamente escarlate esticada pelos músculos rígidos sob ela, refletindo o tom amenos do sol que entra pela fresta da janela. Amarro os cabelos brancos em cascata num rabo-de-cavalo rústico, dando uma boa olhada no espelho ao lavar o rosto na água gelada da pia de bambu: olhos negros brilhantes como duas ônix, sem íris, cílios. Minha barba e sobrancelhas são tão pontiaguda que mais parecem os pelos albinos de um aracnídeo (e são). Meus dentes pontiagudos exibem um sorriso de ódio. Ódio pela minha aparência demoníaca. Ódio por me parecer tanto com aqueles em quem eu depositava minha ira. Ódio àqueles que mataram meus pais, meus avós, e toda a linhagem que eu jamais viria a conhecer.
Talvez, não fora a presença da Tormenta que conspurcara meu nascimento, e me dera o nome de kaijin. Talvez o próprio Lin-wu, em sua sabedoria infinita ou sarcasmo karmático, houvesse me dado tal forma amaldiçoada como um lembrete de que eu era sua garra, a qual se banharia com o sangue pútrido da ameaça lefeu. Ser um kaijin não era uma maldição, afinal: era uma arma. Os sacerdotes podiam verter suas bravatas e o povo podia me odiar, porque eles precisavam de um alvo, de um culpado, de alguém para despejar os malefícios de seu sistema imbecil de castas e honrarias.

- Mas eu sou a lâmina escarlate de Lin-wu - digo a mim mesmo, o sorriso branco como marfim estampado em meu reflexo grotesco, os olhos completamente negros como globos oculares de um inseto demoníaco. - Eu sou o Olho da Tempestade.

Apanho minha Nodachi encostada na parede ao lado da cama, reservo-me à tarefa matinal de afiá-la, embainho e prendo-a em minha obi sobre a cintura (obi é o cinto/faixa que amarra o kimono tradicional samurai, chamado de kosode). Com tudo preparado, parto para o pátio principal da Shin’rang atendendo ao chamado do sino.
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Mensagem por arcanjosna Ter maio 12, 2020 1:05 pm

desperto, lenta e preguiçosamente. Abro um grande bocejo enquanto me espreguiço ao levantar do futon. Cabelos bagunçados que dormiram soltos enquanto eu me remexia com a violência de quem combate um círculo de inimigos... em sonho.

olho de lado, Kanako ainda permanece no quarto... Minha mãe me mataria se não desse ao menos um bom dia, mas como se faz pra falar com alguém que parece uma escultura de mármore?

- hm... ah... eh... bom .. dia? -

*falo enquanto dou uma piscadela com a língua pra fora*

"isso, meiko... se a intenção era parecer uma retardada, você conseguiu!"

*observo a reação da colega, seja lá qual for, deve estar me fitando muito mais do que gostaria, deve achar que sou uma estrangeira maluca.... talvez eu seja, aaaaaah"

após alguns longos segundos, percebo minha expressão de derrota. Cabelos bagunçados, remelas nos olhos, roupa aberta...

*me viro de costas e começo a me recompor como gente e falo*

- Desculpe o mau jeito, não é sempre que te vejo por aqui e minha família insistiria que eu falasse com você... Dormiu bem?
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Mensagem por Aleleeh Qua maio 13, 2020 7:40 pm

Kirisame desce o lance de escadas de madeira de cerejeira polida, passando pelo longo corredor que termina em um hall com um tatame central no piso rebaixado. Nesse piso há uma grande mesa baixa com almofadas finas e adornadas em preto e dourado, onde fica o secretário Hizosashi, um humano muito sério, com a postura de um Ryuujin ou de alguém pertencente a nobreza. É um homem de poucas palavras e muito concentrado em seu serviço, que o cumprimenta e volta o olhar para os pergaminhos em sua mesa.
A manhã gelada se dissolve no sol que começa a subir e aquecer o solo. O pátio de terra batida está muito limpo e algumas árvores delineiam o local. De longe você ainda pode ver o serviçal reposicionando o martelo do sino em seu suporte de ferro e ele parece ter te avistado, virando bruscamente o rosto. O movimento começa na Shin'rang e o cheiro do missoshiru matutino começa a alcançar o lado sul onde está o prédio principal. A Shin'rang possui ainda um pequeno edifício onde são servidas refeições e também onde é realizada a prova bienal para ingressar na instituição.
Antes que você comece a ultrapassar o portal principal e descer o breve lance de escadas em direção ao pátio,Hizosashi o chama:

- Kirisame-san? Creio que Henmu gostaria de vê-lo após o desjejum.

Henmu era o segundo em comando - ou o braço direito - do diretor da Shin'rang. Um homem com olheiras fundas e aspecto cansado, cabelo batido e bem cortado indicando seu passado militar antes de ter parado ali. Ele era o responsável e o homem para quem os Shin-warangs se reportam em assuntos importantes relacionadas às missões, treinamentos e correspondências no geral.

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Kanako não vira o rosto completamente porém Meiko pode sentir que conseguiu a atenção da garota, seja pelo bom dia desajeitado ou por consideração:

- Bom dia. - ela finalmente vira após colocar o futon ajeitado perto do baú de madeira maciça e fica fitando o rosto de Meiko, com uma expressão enigmática e finalmente sorri educadamente - sua família deve ser nobre e educada para te dar tal conselho. - ela mantém o olhar sério, agora fitando suas costas. Ela caminha em direção da porta de correr, puxando-a delicadamente e, antes de passar, para subitamente:
- Henmu fará uma reunião formal hoje e talvez você se atrase se não se aprontar logo. Será no pátio de treinamento na floresta Hakakushi. Boa sorte, Urameshi-san.
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Mensagem por arcanjosna Qua maio 13, 2020 8:49 pm

- oh, sim... Correrei com isso, obrigada, Kanako-San.

* corro para me lavar. Escovo os dentes rapidamente, não vai dar tempo de passar as faixas no tronco, visto um kimono de treino mais folgado com um top e uma calça de gavião largo. Passo a faixa e prendo bem. Cabelo em rabo de cavalo.*

Desço as escadas correndo para o desjejum e pego alguma coisa fácil de comer...

Tento observar as pessoas em minha volta, buscando algum rosto conhecido ou amigável.
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Mensagem por Stein Qua maio 13, 2020 8:50 pm

- Ohayou, Hizosashi-dono - cumprimento com um meneio, observando o movimento matutino da Shin'rang. O cheiro delicioso de missô com cebolinha e tofu fresco me fazem lembrar que ainda não tomei o desjejum. - Matte yo, Henmu-sama? Na certa que o bode velho vai me dar trabalho, dahahaha! Obrigado pela informação, Hizosashi-dono, vou só comer alguma coisa primeiro.
Busco por desjejum antes de seguir até o local comum para me encontrar com o vice-líder.
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Mensagem por Aleleeh Qua maio 13, 2020 10:12 pm

Meiko  vê a porta deslizar e se apronta rapidamente, descendo logo em seguida. Hizosashi a cumprimenta rapidamente e percebe a pressa da garota que ainda segura o rabo de cavalo entre os dedos, amarrando os cabelos com um fitilho. Enquanto corre em direção ao pátio, começa a sentir o cheiro da sopa de missoshiro, uma comida também preparada em sua terra natal. Normalmente servida como acompanhamento de um combinado teishoku, o missoshiru em Tamu-ra era ligeramente diferente e pungente, ainda assim, equilibrado. Em Shin'rang é servido junto de uma porção de vegetais no vapor com um pedaço de tofu afundado na cumbuca de cerâmica escura. A instituição possui um cardápio pequeno, e o dono do Azura Izakaya (espécie de bar/restaurante) em Chuushinbu é o coordenador atual da alimentação na Shin'rang. Os integrantes precisam cumprir semanalmente uma escala como auxiliares, seja servindo ou ajudando no preparo dos vegetais; a sopa de missô sempre está nas mãos do cozinheiro. Por sorte, hoje não é a escala de Meiko, que poderá comer mais cedo do que os que estão trabalhando na cozinha e na limpeza.

Kirisame responde amigavelmente o secretário que concorda repetidamente com a cabeça e se volta para a papelada em sua frente.
Você caminha pelo pátio, cruzando-o em um bom passo e sobe o pequeno lance de escadas em pedra, entrando no prédio onde está sendo servida a comida. Uma bancada com uma enorme panela pendurada por um gancho e um fogareiro no solo mantém aquecida a sopa de Tofu e Missô. Dois shin-warangs (membros da Shin'rang) servem os membros. Dando uma rápida olhada, parecem ter cerca de 12 membros presentes ali, alguns já com suas cumbucas em mãos e sentados nas esteiras de tatame e almofadas para comer.
Logo encontra um lugar acompanhado de sua cumbuca e uma peça cerâmica com cenoura, cebolinha e nabo, também acompanhados de kimchi de repolho. Kirisame vê uma garota com longas madeixas cor-de-rosa chegando esbaforida no salão para se servir. O Kaijin já viu a garota no centro de treinamento e trocaram rápidos cumprimentos. Assim como você, ela parece ligeiramente deslocada, como se não fizesse parte de nenhum grupo em Tamu-ra. Talvez ela até seja uma Gaijin ou uma não puro-osso: mestiça.

Meiko entra correndo, diminuindo o passo e indo em direção às cumbucas. Se Kanako desceu para comer, já não está mais no salão comunal. Felizmente, está sem fila para pegar sua porção.
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Mensagem por arcanjosna Qua maio 13, 2020 11:09 pm

- Obrigado, Senhor - faço a mesura enquanto me aproximo do balcão e sou servida pelo colega. Caso a sopa esteja bem quente, eu peço um ovo e o quebro dentro. É um hábito bem comum na família e gosto de fingir que estou entre eles de vez em quando.

Vou andando com a cuia apoiada na mão, hashi entre os lábios e ovo junto à massa e um copo com chá na outra mão. Deposito tudo ao tatami na minha frente, faço uma prece rápida, quebro o ovo e rasgo o pão, molhando-o na sopa de misso. Queimo a língua no afã de me servir rapidamente

- aaaaaaaah....- solto baixinho, com a ponta da língua pra fora, olhando em volta pra notar se não chamei atenção.
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Mensagem por Stein Qua maio 13, 2020 11:27 pm

- Oe, Meiko-chan - dou um tapão nas costas das baixinha, dando uma risada alta e sentando do lado dela, ajeitando meus mais de dois metros de altura de músculo escarlate e kimono no tatame comunal. - Come devagar que a comida não vai sair voando não, bakayarou, dahahaha! - minha voz é grossa, gutural até. Mas se tinha alguém que eu sabia que não tinha medo da minha aparência ali era aquela piveta.
Como minha comida com tranquilidade, repetindo assim que termino a primeira porção. Diziam que a comida de exército no Reinado era uma gororoba indigesta. Eu era abençoado por nascer em solo tamuraniano. Era engraçado pensar isso. "Abençoado por ser tamuraniano, nascido na terra amaldiçoada".
- Ae, ficou sabendo que o bode do Henmu-sama tá com trabalho novo para o pessoal? Tô curioso, faz um tempo que não dou de comer pra Yurei - apoio a mão esperançoso no cabo da nodachi enorme em minha cintura. - Ficar tempo demais na cidade deixa o espírito mole. E a barriga também dahahaha!
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Mensagem por arcanjosna Qua maio 13, 2020 11:46 pm

Engasgo com o tapa do colega, cuspindo parte da sopa pra frente

- Você é meio bruto, sabia? Trata com mais carinho essa espada do que uma mulher. - falo enquanto coço o ardor do tabefe - sim, estou ciente. Por isso minha pressa, dormi demais de novo e ainda fiquei passando vergonha na frente da kanako... Por sinal, ela não está aqui. Será que foi comer lá fora?

*observo em volta, passando o olho procurando a garota*

- É estranho ser uma pessoa muito nova em um destacamento como esse. Parece que tá todo mundo esperando que eu faça alguma besteira. Pior que, às vezes eu faço mesmo 😓

Termino minha refeição e fico olhando o Kaijin bater o segundo prato. Checo minha apresentação pra ver se não deixo faltar nada nas vestimentas..

*levanto*

- anda logo aí, ô... - falo, dando leves puxões no cabelo do Kaijin quando ele demora a terminar a refeição
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Mensagem por Aleleeh Qui maio 14, 2020 12:42 am

Meiko e Kirisame conversam amigavelmente enquanto se alimentam. A garota consegue um ovo, por sorte - a remessa tinha sido pouca e, invariavelmente, todos que tinham oportunidade pegavam um ou mais. A comida realmente era deliciosa e a organização e espírito colaborativo de Tamu-ra era algo que só podia ser experimentado ali. Contudo, mesmo em um lugar como aquele, entre estudados e guerreiros nobres, havia todo tipo de gente.

Com a política de aceitar qualquer um a despeito de posições sociais desde que passasse na rigorosa prova bienal era uma faca de dois gumes. Honrar o compromisso com o serviço da Shin'rang era algo que exigia muito: treinamento intenso e missões diversificadas.
Até agora, a dupla não tinha feito grandes missões e prestavam serviços menores se comparados com as missões de sentai. Trabalhar sozinho têm os seus bônus, mas um Sentai assegura que os ônus sejam divididos e para o Império significava um ponto a mais de segurança em tempos sombrios e de reconstrução da nação.

Alguns Shin-warangs olham atravessados na direção do Kaijin que ri alto; sua própria aparência chama atenção o suficiente e sua personalidade não fica atrás. Meiko puxa os cabelos de Kirisame depois de conferir a roupa: estava comportada, mesmo sem a faixa amarrada em seu abdômen.
Finalizada a refeição as cumbucas são depositadas em uma pilha e os hashis de metal são colocados em água fervente para desinfetar. O jantar era a única outra refeição que vocês podiam comer em Shin'rang.

Os dois saem do refeitório. A diferença de altura destoante cria uma estranha harmonia; o caminho bem conhecido é confeccionado de pedras afundadas na terra e ladeados por árvores que estão verdes e cheias de botões: em menos de duas semanas será o lindo desabrochar das cerejeiras e ameixeiras. O caminho a percorrer é de vinte minutos até a borda da floresta Hakakushi. Poucos membros estão indo na mesma direção, dispersos em diferentes direções; alguns, voltando para os dormitórios.

À esquerda de vocês no fim da trilha fica a cabana de estudos. Uma pequena construção onde são guardados os pergaminhos disponíveis para estudo dos membros. Sentado em um banco de pedra está o serviçal Ma-yeng, que troca rapidamente um olhar com vocês. Seguindo para o norte fica a clareira da floresta, mais conhecido como o centro de treinamento. Para o leste, fica o Sanza Mizumi, o lago artificial que compõe os jardins desse lado do complexo do edifício. O serviçal fica de pé, observando os dois chegando no fim da trilha.
Ao Noroeste, seguindo uma outra longa trilha existe o atalho para o complexo do Palácio Imperial. De onde vocês estão dá para visualizar as bandeiras festivas, lâmpadas coloridas e a pira que jamais se apaga: a Eien no Takibi, que brilha majestosa sobre um feixe de água.

De pé, o serviçal Ma-yeng avisa rapidamente que Henmu está em Sanza Mizumi, como dissera na carta dada através de Nam-Woo, e que se atrasaria um pouco, e os guia até a construção. Meiko fica sobressaltada com a informação já que não recebera carta alguma em seu quarto, o que é estranho. Já Kirisame recebera através do próprio Henmu, junto de outros dois shin-warangs. Desde então, o serviço tinha sido escasso, apenas uma entrega simples na cidade. Para Meiko também havia parado o serviço, mas a garota gastou boa parte de seu tempo treinando incessantemente sem saber da convocação até hoje de manhã, em seu aposento compartilhado.
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Mensagem por arcanjosna Qui maio 14, 2020 2:25 am

"carta? Como assim, carta? Será que alguém está escondendo as convocações? Por isso o serviço está tão pouco?"

- Kirikaze-San, o senhor recebeu alguma informação de serviço nos últimos dias? Ou mesmo ficou sabendo dessa tal carta? - ajusto a fita do kimono para que acinture-se bem. Não quero que se solte em meio a treino ou algo assim. Faço a pergunta sem olhar para o rosto do colega, concentrada em minha tarefa.
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Mensagem por Stein Qui maio 14, 2020 8:01 am

- É "Kirisame", cabelinho-rosa - rujo um meio sorriso entre dentes. - Vamos pro Sanza Mizumi de uma vez, então - aponto pra direita, em direção aos lagos artificiais dos quais já tinha ciência. Agradeço o tempo de Ma-yeng e me retiro para o leste junto de Meiko. - Acho que você está certa sobre as convocações veladas, eu mesmo não recebi tanto trabalho quanto gostaria e a junta oficial não tem motivos pra não usar minha força. A única explicação é que alguma missão grande está rolando por debaixo dos panos, gente já morreu nisso, e o que a elite não conseguiu resolver por medo do perigo, agora vai cair sobre a gente. É um chute.
Sorrio de excitação, a mão espalmada no cabo de Yurei e a pele escarlate fervendo com a perspectiva de um desafio depois de tanto tempo.
- Eu tô empolgado...


Última edição por Stein em Qui maio 14, 2020 8:45 am, editado 1 vez(es)
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Mensagem por arcanjosna Qui maio 14, 2020 8:41 am

"é agora que eu mando aquela referência da Mayoi 😂"

- Desculpe, eu gaguejei - falo prendendo o riso debochado com os olhos fitando a diagonal inferior oposta ao colega em meu campo de visão.

- Creio que vamos ter alguma surpresa... Devia ter trazido as faixas dos punhos ao menos - fico olhando pras cicatrizes em meu braço direito pelo intenso treinamento com as agulhas da família.

- Que corramos então! Quem chegar por último beija o fundo do burro!

*Saio correndo! *
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Mensagem por Stein Qui maio 14, 2020 8:48 am

- Oe, omae! - disparo atrás da garota. Quem visse a cena, poderia facilmente imaginar que um monstro vermelho estava tentando devorar uma garotinha no meio da floresta Imperial.
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Mensagem por Aleleeh Qui maio 14, 2020 9:52 pm

Meiko consegue ajustar bem o kimono, parecendo ainda mais apresentável e, logo em seguida, ela e Kirisame saem correndo até Sanza Mizumi, focando em seu objetivo atual

Em um dos cantos de Sanza Mizumi está, em pé e com os braços para trás do tronco, o superintendente Henmu, com um semblante sério e distraído. O lago brilha com a luz da manhã e o jardim se abre em porções de musgo, árvores, arbustos e flores que desabrocharam há pouco.
Ele vira o pescoço, acompanhando a chegada dos dois após a corrida matinal e volta a olhar o lago. Vocês ficam de pé, acomodados próximo a um pequeno píer de pedras que adeja a água, olhando a leve ondulação provocada por algum peixe. Henmu pigarreia:

- Esperava mais gente. - ele enfim diz, cofiando o bigode. - A Shin'rang foi criada para servir o Império. Alguns tamuranianos podem se perguntar se o Exército de Jade já não faria o suficiente. Outros procuram no serviço mercenário e até no crime um tipo de proteção. Foi pensando nisso que criaram essa Instituição, com o fim mais que necessário de unir os propósitos do Exército e dos Mercenários sobre a guarda do próprio Imperador. - ele pausa, como se esperasse que as próprias palavras proferidas o atingissem em algum momento - E quando há uma crise dentro do próprio Palácio, não podemos contar com generais, nem com clãs pirracentos que se escondem nos portos.

O homem suspira:

- A missão foi dada pelos próprios Nobres do Palácio e tem o selo do próprio Imperador. A Shin'rang assegura que seus familiares em caso de imprevistos serão devidamente notificados e indenizados. Não preciso ressaltar que a Instituição e o Império também espera que a honra seja o guia em todas as horas; e se isso não for suficiente, que o Sentai encontre o caminho concedido por Lin-Wu. - ele pausa mais uma vez antes de prosseguir, olhando longe no horizonte - Vocês terão de manter uma carga intacta desde o ponto A ao ponto B. Realizar as tarefas e retornar são e salvos. Imaginem que uma missão selada é algo que diz respeito ao próprio Império.

Vocês podem sentir a exitação e o cansaço na voz do superintendente, que mais uma vez fica quieto, aguardando que sua platéia absorva as suas palavras.
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Mensagem por Stein Sex maio 15, 2020 11:35 am

- Uma escolta armada... - cofiando o queixo, olho ao meu redor, pensativo, tentando identificar as pessoas que haviam se apresentado para a missão. Não era comum me envolver nesse tipo de tarefa; missões de escolta costumavam ser encabeçadas por batedores - para cargas mundanas e triviais, como comida ou especiarias -, ou agentes da elite e magos do império - no caso de tesouros, presentes e pretendentes para outros clãs. Algo na expressão hesitante de Henmu me dizia que a carga não era tão mundana assim. Afinal, ele citara crise no palácio, e eu não deixara escapar essa informação. - De onde para onde, o quê exatamente nós vamos transportar e qual a razão de tanto alarde, Henmu-dono? - pergunto ao homem. Aquele tipo de pergunta poderia ser considerada uma afronta para os outros mais honrados. Um pedido selado pelo próprio Imperador era algo de dádiva, sagrada até. Para mim, os olhares de reprovação não importavam em nada.
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Mensagem por arcanjosna Sex maio 15, 2020 11:57 am

- Meu amigo tem razão, ji-San... A missão tem poucos detalhes, não que eu me importe tanto com a carga em si, mas não acho justo que entremos de cabeça em algo sem nos municiarmos de informação acerca do que nos espera..

Sento no chão, pernas cruzadas enquanto falo. Olho em volta pra ver quantos estariam escalados pra essa escolta.
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Mensagem por Aleleeh Sex maio 15, 2020 9:14 pm

Só há vocês, uma Nezumi e um Mashin escutando.
Henmu não os repreende, ficando silencioso por mais alguns segundos:

- Assim que souberem dos detalhes, dado o sigilo necessário para realizar essa missão, precisarão juramentar que farão. Se não aceitarem, serão enviados para o Mosteiro de Sahadouri, na Muralha, e servirão um tempo determinado pelas regras da Instituição.

O superintendente se vira na direção de vocês, agora com os raios de sol colorindo suas vestes. A Nezumi fica calada, olhando para o chão, pensativa. Ele continua:

- Não entendam isso como uma punição. É para a própria proteção do Império.

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Mensagem por arcanjosna Sáb maio 16, 2020 3:06 pm

Olho pro velho, cerro parte dos olhos, como um caçador vendo uma alvo

- Tudo bem, henmu san. Será feito mas precisamos saber com o que vamos trabalhar...
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Mensagem por Bgelo Sáb maio 16, 2020 6:57 pm

*Me adianto, abro un pote com um gesto de mãos de dentro dele sai uma pequena porção de água que se transforma escrevendo*

承諾します (eu aceito)

No meu vizor aparece um rosto feto de elementais.

🙂
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Mensagem por Aleleeh Seg maio 18, 2020 7:20 pm

Suijin se manifesta após um longo silêncio - para os menos habituados a interagir com um Mashin, era difícil percebê-los quando completamente parados e sentados; pareciam ser algum dispositivo desligado ou um guarda sonolento, e Suijin se mesclava entre as duas coisas. Porém, há sempre um terceiro aspecto, e todas as luzes em seu dispositivo facial formavam um sorriso que quebrou a monotonia de sua presença até então. O truque mágico do androide chama instantaneamente a atenção de Meiko e Kirisame que observam Henmu menear com a cabeça após ver a resposta de Suijin. Ele era o único a aceitar sem questionar, o que podia ser considerado um comportamento esperado pelo superintendente.

A Nezumi faz uma cara nervosa para o homem:

- Eu estou fora, Henmu. Não vou me comprometer a passar tempo em um mosteiro.

Vendo a negativa dela, Henmu não responde, e a Nezumi parte lentamente pela mesma estrada que vocês percorreram até ali.

Ao ouvir Meiko, Henmu esfrega as mãos e começa a andar, com um "siga-me" pontual. Vocês três caminham pela pequena estrada que circunda Sanza Mizumi até até alcançar um barracão de madeira com seu tradicional telhado de raízes e folhagem.
Ele sobe um lance de três degraus e chega no deque. Posiciona a mão ao lado de uma das grandes velas próximas da porta de correr, formando uma sombra indistinta nas camadas de papel branco da porta.
Em segundos, a porta de correr é aberta pelo lado de dentro, revelando uma mulher com os cabelos bem amarrados em um coque comportado. Suas vestes denunciam que seja uma serva do palácio. Vocês adentram o local logo após o superintendente, recebendo o cumprimento da mulher ajoelhada em suas longas vestes azul e branca. Ela passa na frente de vocês, guiando-os.

O primeiro ambiente é um pequeno hall simétrico com dois grandes vasos de cerâmica em tom azul-petróleo, pelo qual vocês atravessam rapidamente. A serva puxa uma segunda porta, levando-os ao que vocês acreditam ser a sala principal, arrumada para receber convidados. Uma criança o recebe, um menino. Está sentado em almofadas de chão e faz um pequeno meneio. Uma pessoa próxima dele, o Vanara líder da Shin'rang, Nam-Woo, está sentado perto:

- Então vocês chegaram! - ele bate as duas palmas - Me preocupei que Henmu os atemorizassem demais. - Henmu ajoelha, um longo cumprimento que é logo interrompido pela criança.
Os três podem reconhecê-lo como a Criança Dádiva, a reencarnação de Tekametsu, homônimo de seu predecessor. Vendo-o de perto parecia menos ainda com uma criança comum, mas ainda assim, uma criança com traços inocentes.

A serva faz um sinal para que se sentem, ajoelhada de modo comportado.

O velho Vanara realiza outro cumprimento:

- Obrigado por virem e desculpem por todo o mistério. Era imprescindível manter o sigilo. Henmu deve ter adiantado alguns detalhes da missão. Se aceitarem, irão para Rankami, uma das terras conspurcadas pelo mal rubro, junto dessa criança. Precisam encontrar um valioso item e retornar com a criança e o item em mãos.

A criança olha ansioso para vocês parecendo subitamente frágil e pequeno, diferente de como era o grande Tekametsu antes da Era Hikari. O líder da Shin'rang prossegue:

- Há algumas luas, encontramos o corpo de um homem no jardim Imperial. O rosto e constituição física eram idênticas de nosso antigo Imperador, cujo sacrifício permitiu reerguermos nosso povo em tempos de escuridão e construir a nova Tamu-ra. Não queríamos acreditar que era o Imperador e pensamos em destruir o corpo. Foi quando o pequeno Imperador nos interrompeu, segurando as mãos de seu corpo. Desde que o recolhemos, nosso pequeno Imperador têm tido sonhos recorrentes e perturbadores. Pouco a pouco, têm perdido a memória e dádivas mágicas. Chamamos os mais sábios de nossos séquitos para estudar o corpo moribundo, que está num torpor eterno. E a única maneira de o despertarmos é achando a essência faltante de seu estado. Acreditamos estar em Rankami.

O menino toma a palavra, uma voz infantil:

- Não sou o imperador mais. Como a representação do Imperador, peço desculpas por colocar em risco suas vidas. Mas preciso que me levem ao local de meus sonhos. Antes que eu perca todas as minhas memórias e meus poderes precisamos restituir o poder de Lin-Wu nessa terra. Me voluntario como carga... - a criança tosse ríspido, fazendo a serva olhá-lo com preocupação - e como servo de vocês.
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